Editorial – Salário mínimo americano aumenta, mas não resolve problema de baixa renda
Com o aumento, o salário mínimo ainda não está mais alto, depois da inflação, do que estava no começo dos anos 1980 e é 17% menor do que seu auge em 1968. Isso significa que não importa quão duro trabalhem, muitos trabalhadores de baixa renda continuam ficando para trás. O aumento irá desacelerar o declínio do padrão de vida, mas não reverterá a tendência geral de queda. Mas isso também é menosprezar a ampla dimensão do problema.
O salário mínimo também fixa um teto que determina outros salários. Mantê-lo baixo faz com que os salários continuem abaixo do que deveriam, especialmente para trabalhos que estão pouco acima do nível do salário mínimo. Este é um grande problema para trabalhadores americanos porque as áreas de baixa renda são as que oferecem mais empregos.
De acordo com o Departamento do Trabalho, 5 das 10 ocupações que devem abrir mais vagas até 2016 são as de “salário muito baixo”, no máximo US$22,000 ao ano. São posições em vendas de varejo e como ajudantes de saúde doméstica. Outros 3 dos 10 são de “salários baixos”, entre US$22,000 e US$31,000, que incluem atendentes de assistência ao cliente, recepcionistas de escritório e ajudantes de enfermagem.
Durante a campanha presidencial, Barack Obama propôs aumentar o salário mínimo para US$9.50 a hora até 2011 e, de lá, ajustá-lo anualmente de acordo com a inflação. Ele deveria manter esta meta. A $9.50 a hora, o salário mínimo reestabeleceria aproximadamente sua alta histórica (cerca de 50% da média salarial). Assim, ele retomaria sua função mais ampla (ajudar a impulsionar a economia).
O presidente Obama fala muito sobre o futuro brilhante de empregos de tecnologia ecológica e boa remuneração. É imperativo planejar e trabalhar para este futuro. Mas um esforço combinado também deve ser feito para melhorar as oportunidades para trabalhadores na espécie de posição de salários baixos que será abundante nos próximos anos.
Isso significa trabalhar com sindicatos, associações profissionais, faculdades comunitárias e empregadores para construir possibilidades de carreira para que os trabalhadores possam conseguir as habilidades que precisam para avançar, digamos, de um enfermeiro particular de renda muito baixa para assistente de enfermagem de salário baixo e depois enfermeiro vocacional autorizado de renda maior. Sociedades entre sindicatos e empregadores em hospitais, cassinos e fábricas abriram caminho com tais esforços educacionais, combinando treinamento no serviço com instrução na sala de aula.
O Departamento do Trabalho também tem que garantir que os trabalhadores de baixa renda não sejam explorados, instituindo regras de segurança e práticas de pagamento justas vigorosamente vigiadas.
Trabalhos de baixa renda fazem parte da realidade do mercado de trabalho americano. Ao contrário dos tantos trabalhos de alta renda do país, eles não estão acabando. Um dos grandes desafios do nosso tempo é assegurar que para alguns trabalhadores, eles sejam o primeiro degrau para trabalhos melhores e que para todos, eles sejam seguros e razoavelmente compensadores.
Fonte: Último Segundo