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Dólar cai abaixo de R$ 2; Bovespa sobe descolada do exterior

“Foi uma semana volátil, mas nada mudou de fato. Ainda estamos à deriva tentando descobrir se e quando os gregos vão sair da zona do euro e quais serão as consequências”, avalia a empresa de serviços IG Index. A análise resume bem o comportamento dos mercados globais. Houve muita volatilidade, mas a situação não mudou muito. A sombra da crise europeia continua pairando sobre os investidores.
O dólar cai forte ante o real nesta sexta-feira, cotado abaixo de R$ 2, depois que mais um leilão de swap cambial do Banco Central reforçou a percepção entre os agentes de que o BC seguirá atuando para conter uma nova disparada da moeda americana.
Descolada do exterior, a Bovespa alça voo próprio, depois de perder para Nova York na semana. O Ibovespa opera em alta consistente, puxado por compras de investidores institucionais nacionais, segundo operadores. As ações de incorporadoras e construtoras disparam.
Em Nova York a bolsa opera em leve queda e na Europa fecharam em ligeira alta, movidas por números positivos de confiança em Alemanha, França e Estados Unidos.
Já o mercado de juros brasileiro seguiu sua lógica do sobe e desce que vem marcando os negócios durante esta semana. Depois da forte alta de ontem, atribuída a profissionais principalmente a razões técnicas, os juros voltaram a cair, também sem argumentos sólidos.
Câmbio
Por voltas das 14h35, o dólar comercial recuava 1,67%, para R$ 1,995 na venda. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o contrato de dólar futuro para junho também cedia 1,67%, a R$ 1,9965 na venda.
O BC atuou pelo quarto dia seguido e voltou a ofertar contratos de swap cambial tradicional, operação que equivale a uma venda futura de dólares no mercado futuro. Há exatamente uma semana, a autoridade monetária retomou os leilões de swap cambial pela primeira vez desde outubro de 2011, conforme o dólar subia de forma rápida e intensa.
Para o gerente de câmbio da Fair Corretora, Mario Battistel, a intenção do BC com os leilões é conter a volatilidade. “A volatilidade é o que preocupa o BC. Se você me perguntar algo sobre taxa, eu diria que o intervalo entre R$ 2 e R$ 2,10 seria razoável”, acrescentou.
O operador de câmbio de uma corretora paulista também considerou que a volatilidade é o alvo do BC com os leilões e destacou que essas operações dão tranquilidade ao mercado. “Se o mercado estressa mesmo em dia de leilão, é porque o exterior está pesando, o que não é o caso hoje”, afirmou o profissional.
Bovespa
O lado positivo do mercado acionário está na Europa, cujas bolsas fecharam com ganhos. Contribuem para animar os negócios a confiança do consumidor da Universidade de Michigan de maio, nos Estados Unidos, e os índices de confiança na França e na Alemanha, ambos ligeiramente melhores que as previsões.
Por volta das 14h35, o Ibovespa subia 1,07%, para 54.640 pontos. O volume financeiro da bolsa era de R$ 3,3 bilhões.
As blue chips subiam, com exceção de Vale. Segundo alguns profissionais, pesa sobre a ação a decisão da presidente da República, Dilma Rousseff, de tirar Ricardo Flores da Previ, o maior fundo de pensão do Brasil, três vezes maior que o segundo colocado, a Petros. “Em momentos de incerteza como o atual, qualquer mudança gera fuga de capitais”, disse um operador.
Vale PNA caía 1,37%, para R$ 35,82; Petrobras PN subia 0,85%, para R$ 18,86; OGX ON tinha ganho de 1,98%, para R$ 11,33; Itaú PN avançava 1,92%, para R$ 28,66; e PDG Realty disparava 7,91%, para R$ 3,68.
As ações de construtoras sobem em bloco, repetindo comportamento de ontem. Disparavam Brookfield (8,1%), Rossi (5,5%) e Cyrela (4,7%). De acordo com os operadores, cresce no mercado a expectativa de que o governo federal divulgue medidas de incentivo ao segmento, que vem sofrendo para entregar suas obras e apresentando balanços abaixo do esperado.
Juros futuros
Já o mercado de juros seguiu sua lógica do sobe e desce que vem marcando os negócios durante esta semana. Depois da forte alta de ontem, atribuída a profissionais principalmente a razões técnicas, os juros voltaram a cair, também sem argumentos sólidos. O alívio dos juros dos Treasuries, em um dia em que o exterior opera de forma mais amena, contribui para essa correção de hoje. Mas, na opinião de operadores, há uma boa dose de volatilidade provocada pela proximidade da reunião do Copom, que acontece na próxima quarta-feira.
Embora a aposta de que o juro cairá em 0,5 ponto percentual na semana que vem, há uma corrente menor que ainda vê espaço para uma redução mais forte, de 0,75 ponto percentual. Mas há ainda uma discussão em curso sobre a continuidade desse ciclo. Agora, a probabilidade de a taxa básica cair para baixo de 8% não parece tão certa. Isso por causa de alguns pontos de dúvida que ganham espaço no cenário.

Fonte: Valor

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