Disputa do Rodoanel traz novos gigantes espanhóis
A companhia espanhola OHL surpreendeu o país no ano passado ao conquistar cinco concessões de rodovias licitadas pelo governo federal. Na terça-feira, porém, quando o governo de São Paulo irá leiloar o trecho oeste do Rodoanel, ela terá de disputar a concessão com outras gigantes espanholas. A Abertis, segunda maior concessionária rodoviária do mundo em valor de mercado, a Acciona e a Cintra discutem a formação de consórcios com empresas brasileiras.
A empresa vencedora da licitação terá de pagar taxa de outorga de R$ 2 bilhões, além de fazer investimentos de R$ 800 milhões em melhorias na rodovia. O pedágio a ser cobrado tem teto fixado em R$ 3 nas saídas do trecho. Será vencedora a empresa que oferecer a menor tarifa. Para as companhias espanholas, os sócios locais trazem informações preciosas sobre o funcionamento do mercado. Por sua vez, os estrangeiros podem garantir maior fôlego financeiro às empresas brasileiras na hora de apresentar a proposta.
A OHL deve entrar na disputa junto com o banco americano Goldman Sachs. O Valor apurou que a Abertis negocia associação com a brasileira BR Vias e a Acciona, com a Triunfo Participações. Os acordos não estão fechados e analistas não descartam a hipótese de que ambas entrem sozinhas no leilão. Os interessados têm até as 10h30 de terça-feira para apresentar proposta à Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), que coordena o leilão.
Ganhar a concessão do Rodoanel é importante para essas grandes companhias porque elas se preparam também para participar da disputa de cinco estradas paulistas cuja operação será privatizada no segundo semestre pelo governo do Estado – a rodovia D. Pedro I, o sistema Ayrton Senna/Carvalho Pinto, a Raposo Tavares e a Marechal Rondon, que será dividida em dois trechos. Essas rodovias, que somam 1,5 mil quilômetros de extensão, cortam uma região de grande movimentação de cargas agrícolas no Estado, com receitas crescentes de pedágio.
As cinco rodovias paulistas exigirão pagamento de outorgas estimadas em R$ 2,1 bilhões e um pacote de obras de quase R$ 8 bilhões em duplicações, construção de marginais, passarelas, acostamentos e trevos.
Fonte: Valor