Desmatamento na Amazônia cresce quase 30%
O desmatamento na Amazônia foi de 9.762 km² de agosto de 2018 a julho de 2019. Trata-se de um aumento de 29,5% em relação ao período equivalente do ano anterior – ou seja, de agosto de 2017 a julho de 2018 – quando foram registrados 7.536 km². A informação foi divulgada nesta segunda-feira (18) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), conforme o Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes).
O sistema usa esse intervalo porque ele abrange tanto as épocas de chuva quanto as de seca na região amazônica. Desse modo, envolve os momentos mais cruciais no “ciclo do desmatamento” e é capaz de identificar eventuais influências do clima. O desmatamento costuma ser seguido de queimadas.
A divulgação do dado foi durante um encontro com jornalistas na cidade de São José dos Campos (SP) e teve a presença dos ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, além do diretor do Inpe, Darcton Damião.
O evento destacou que a área desmatada no período analisado:
Foi 29,5% superior aos 12 meses equivalentes do ano anterior, quando se registrou 7.536 km²;
Foi a maior registrada desde 2008, quando o Prodes marcou 12.911 km²;
Representa um aumento anual de 11,4% desde o piso de 2012, quando o desmatamento havia caído para 4.571 km².
Realizado desde 1988, o levantamento do Prodes é considerado o mais preciso para medir as taxas anuais de desmatamento no Brasil. Porém, a informação publicada nesta segunda ainda é preliminar: como em todos os anos, o Inpe revisará o dado no primeiro semestre de 2020, e chegará à taxa consolidada.
A tendência de aumento no desmatamento já vinha sendo indicada por outro sistema do Inpe, o Deter, que emite os alertas de desmatamento.
O Prodes faz seu mapeamento com imagens dos satélites Landsat, CBERS e ResourceSat. O sistema consegue quantificar as áreas desmatadas maiores que 6,25 hectares. Também registra o chamado “corte raso” das florestas, que é a remoção completa da cobertura florestal primária. Segundo o Inpe, o nível de precisão do Prodes é de aproximadamente 95%.
O estado com a maior área desmatada no período analisado foi o Pará.
Fonte: NULL