Desemprego assusta 42%
Quatro em cada dez brasileiros têm pouco ou muito
medo de ficarem desempregados. O Índice de Medo do Desemprego, medido
pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), passou de 78,7 pontos, em
setembro, para 81,6, em dezembro, alta de 3,7%.
A parcela dos que disseram estar com
muito medo do desemprego subiu de 12,8% em setembro para 19,2% em
dezembro. O percentual dos que disseram ter pouco medo caiu de 30,2%
para 23,1% e o dos que responderam não temer o desemprego aumentou de
57% em setembro para 57,7%.
A CNI informou ainda que, na
comparação com dezembro de 2010, houve alta de 2,9% no índice. Para o
economista Cloviomar Cararine, do Dieese, a expectativa dos
trabalhadores decorre das medidas contracionistas tomadas no início do
ano pelo governo.
Ele, porém, prefere observar o
mercado de trabalho de uma perspectiva de prazo mais longo, inclusive no
que tange à remuneração dos trabalhadores já empregados.
“Talvez no início do ano o governo
tenha exagerado na dose. Mas, em geral, os salários são baixos e a
rotatividade é alta no país e isso está ligado ao achatamento vivido
desde a década de 60 e do período de inflação alta, que tirou referência
dos salários. Hoje, em várias categorias discute-se plano de cargos e
salários, com os trabalhadores reconstruindo os salários. Esse movimento
está acontecendo em algumas categorias mais fortes e mobilizadas, como
petroleiros, metalúrgicos, engenheiros.”
Cararine, no entanto, não crê que uma
eventual estagnação possa inverter a tendência dos últimos anos, de
melhora na distribuição de renda entre os assalariados, por causa do
maior poder de barganha de sindicatos mais fortes. “No início de 2012,
haverá reajuste do salário mínimo que somará INPC e o PIB de 2010,
superior a 7%”, lembrou.
Fonte: Monitor Mercantil