Decisão sobre bondades não vai sair logo
O Palácio do Planalto foi alertado pelo Ministério da Fazenda de que medidas consideradas muito flexíveis, em oposição ao discurso de austeridade do ajuste fiscal, poderiam deteriorar o que ainda resta de credibilidade do governo diante do mercado.
Temer pediu que seus auxiliares ampliem os estudos sobre propostas para retomar o consumo, aumentar a renda da população e estimular investimentos, mas avisou que nenhuma decisão será tomada até que ele volte de uma viagem oficial à Rússia, em 23 de junho.
Os principais conselheiros políticos de Temer insistem na adoção de um “pacote de bondades” para ajudar o presidente a melhorar sua popularidade em meio à crise aberta a partir da delação da JBS.
Essa área do governo trabalha principalmente com propostas de alívio no Imposto de Renda para pessoas físicas, como a redução de alíquotas e o aumento da parcela da população que fica isenta de pagar o tributo. A Fazenda considera impossível a adoção de medidas que representem perda de arrecadação.
Para a equipe econômica, propostas de flexibilização das contas públicas dariam ao mercado um sinal de desvio das premissas do ajuste fiscal, uma vez que os investidores já lançam dúvidas sobre o avanço das reformas.
Fonte: Folha de São Paulo