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Cuidados com a saúde geram oportunidades

Em contrapartida à dor de cabeça que vem dando a muita gente, a crise também oferece boas oportunidades de negócios. Como quase tudo na vida tem remédio ou tratamento, os setores hospitalar e farmacêutico resistem às turbulências financeiras, gerando demanda por profissionais bem preparados. Enquanto nos hospitais brasileiros a crescente profissionalização abre espaço para executivos, nas principais indústrias farmacêuticas a alta nas vendas estimula novos projetos e consequentes contratações.
Produtora de bens de consumo indispensáveis, a indústria farmacêutica continua num processo de expansão que nem mesmo a crise parece brecar. Segundo balanço da Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma), o setor faturou cerca de R$ 7,3 bilhões no primeiro trimestre deste ano, alta de 14,5% sobre 2008. Em paralelo, as principais indústrias farmacêuticas anunciaram que manterão os investimentos para o desenvolvimento de novos produtos. Recentemente, a Pfizer confirmou que elevará em 20% a quantidade de pesquisas desenvolvidas no Brasil nos próximos dois anos.
O setor não sentiu um impacto direto da crise. O volume de investimentos, bem como de contratações, continua grande, mas, obviamente, abaixo do visto em 2008, diz Gustavo Daudt, gerente de Marketing do Laboratório Daudt. Segundo o executivo, a empresa acompanha o movimento do setor. Abrimos um processo seletivo com 30 vagas para os mercados paulista e carioca. Em janeiro, contratamos um executivo para cuidar da área de vendas. Temos ainda um posição gerencial em aberto, revela.
Por conta de suas características únicas, com procedimentos e normas particulares, o mercado farmacêutico costuma privilegiar profissionais com experiência no setor para cargos executivos, diz Bruno Amaro, consultor da Loup Consultoria em RH. Quem tem o conhecimento do mercado sai na frente. A troca de empresas é comum, sendo raro encontrar executivos de outras áreas em cargos estratégicos nas indústrias farmacêuticas, diz.
marketing .Segundo Leonardo Ribeiro, da Fesa Rio de Janeiro, consultoria especializada em recrutamento de altos executivos, as áreas médica e de marketing são as mais atrativas na indústria farmacêutica. As empresas buscam profissionais que aliam visão científica e entendimento de negócios, pessoas capazes de montar estratégias de fidelização de mercado. Há ainda destaque para a área de assuntos regulatórios, onde se buscam executivos que saibam orientar a companhia a se posicionar, diz.
Há 15 anos na área, Guilherme Tavares assumiu em janeiro a gerência Nacional de Vendas do Laboratório Daudt. Vim para uma posição melhor e mais complexa. Aqui, serei responsável pela venda dos produtos para redes distribuidoras e farmácias de todo Brasil, além de coordenar o trabalho dos representantes de venda, diz Tavares, que trabalhava na multinacional Abbott.
O executivo acredita que a experiência no setor pesou no convite. A população não deixa de consumir comida e remédio, o que mantém o mercado de trabalho aquecido. Ainda assim, a experiência é um diferencial importante. Quem a possui e alcançou certo patamar profissional, se recoloca facilmente no mercado, às vezes até em cargos melhores, diz.
Hospitais. O cenário atual também não impede a expansão do setor hospitalar, que ainda apresenta um elevado volume de contratações, avalia Francisco Eduardo, diretor-executivo do Hospital Pró-Cardíaco, no Rio de Janeiro. A princípio, não fomos atingidos pela crise. Não houve demissões por conta de queda de receita dos hospitais. Pelo contrário, há muitas contratações no setor, diz.
Eduardo acredita que a maioria das vagas está associada à crescente profissionalização do mercado. Hospitais são negócios complexos, que envolvem uma série de áreas e atividades, como segurança, logística, hotelaria e compras, entre outras, que demandam uma gestão profissional, afirma.
No setor hospitalar, segundo Leonardo Ribeiro, as melhores vagas estão ligadas à área operacional. Percebe-se uma busca maior por gestores de operação que consigam organizar processos e dimensionar estruturas, garantindo qualidade no atendimento e rentabilidade para o negócio, revela.
Para Rodrigo Bouyer, coordenador do MBA em Gestão Hospitalar da Faculdade Celso Lisboa, o gestor hospitalar precisa reunir características singulares. Ele deve conhecer a complexidade do negócio, saber lidar com fornecedores, fontes pagadoras (planos de saúde, grandes empresas e seguradoras) e ter conhecimentos de gestão, auditoria e contabilidade. Experiência e relacionamento são fundamentais, avalia.

Fonte: Jornal do Commercio

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