Crimes cibernéticos entram no radar das seguradoras
Num universo interconectado e dependente de computadores e sistemas para se comunicar e realizar múltiplas tarefas como, por exemplo, fazer compras e transações financeiras, as seguradoras se preparam para absorver um volume crescente de riscos digitais.
A tarefa, porém, está longe de ser simples. Para desenvolver apólices adequadas às necessidades dos clientes, as companhias precisam mergulhar no universo da Tecnologia da Informação (TI) para conhecer, em profundidade, o nível de riscos a que estão sujeitos.
O ponto inicial para obter sucesso é conhecer as dependências e os processos de TI e infraestrutura digital para mapear os riscos dos clientes, afirma José Fidalgo, consultor sênior de riscos da divisão Risk Consulting Liability da Allianz Global Corporate & Specialty (AGCS), na Alemanha.
Fidalgo explica que só após conhecer os riscos de exposição a ameaças cibernéticas é possível classificar a possibilidade de sofrer ataques, além de produzir melhoras contínuas e significativas em busca da prevenção dos problemas.
Somente conhecendo as vulnerabilidades é possível atacá-las para aperfeiçoar os processos da cadeia de valor digital da empresa, afirma.
Mesmo com a área de TI sendo uma das chaves do processo, o executivo ressalta a importância de levar em consideração outros fatores para reduzir os impactos dos riscos cibernéticos.
Não se pode ficar limitado à TI, É preciso conhecer bem o setor de atuação da empresa. Minha tarefa como consultor de riscos é produzir um valioso conjunto de informações para atender o cliente e, pelo lado da seguradora, tornar os riscos aceitáveis.
No Brasil, a Allianz já contempla, em suas apólices, alguns tipos de crimes virtuais, lembra Angelo Colombo, diretor de Grandes Riscos da seguradora no País.
O seguro de lucro cessante, que tem como objetivo reduzir os prejuízos de empresas que sofreram ataques ou paralisação de atividades nos negócios motivados por ataques, é um exemplo de produto disponibilizado no mercado local.
Fonte: CQCS