Crescimento limitado até pelo menos 2008
26 de Junho de 2006 – Juro alto para cumprir metas de inflação reduz a possibilidade de deslanchar. Neste e nos próximos dois anos, o Produto Interno Bruto (PIB) tende a crescer a uma média de 3,5%, patamar tímido diante das carências nacionais e índices de outras economias emergentes, como Índia, China, Argentina e Chile, que projetam taxas de 6% a 7%. Um dos limitadores para superar essa letargia econômica reside no esforço para cumprir à risca a meta de inflação, fixada em 4,5% para 2006 e 2007, e que está para ser confirmada também para 2008, algo que demanda uma forte dose de austeridade na política de juros, num quadro persistente de gastos públicos pesados.
Mas especialistas questionam se, de qualquer forma, a dosagem monetarista prescrita não estaria sendo forte demais, a ponto de retirar forças em excesso da economia. Um dos argumentos que sustentam a tese é o de que a inflação medida pelo IPCA até maio acumula 1,75%, bem abaixo dos 3,10% registrados no mesmo período do ano passado. Nos últimos 12 meses, está em 4,23%, já abaixo do centro da meta de 4,5%. E deve cair a 4%, 0,5 ponto abaixo do alvo, folga nunca obtida pelo regime de metas de inflação.
Páginas A-5 e A-6(Gazeta Mercantil/1ª Página – Pág. 1)(Simone Cavalcanti e Luciana Collet)
Fonte: Gazeta Mercantil