Cresce o seguro residencial
A paixão do brasileiro por carro faz do seguro automobilístico quase que uma unanimidade entre quem compra um veículo novo. Mas como fica a tão sonhada casa própria? Relegado, muitas vezes, a segundo plano quando o assunto é seguro, o imóvel residencial também está sujeito a adversidades, os chamados sinistros, como incêndios, explosões e roubos, só para citar as coberturas mais demandadas. O valor do prêmio, no caso do seguro residencial, depende de fatores como o valor do imóvel, sua localização e as coberturas contratadas, mas é, em geral, bem mais acessível do que o seguro de um carro, por exemplo. É possível encontrar um seguro residencial com cobertura básica por a partir de R$ 40 anuais. Se o consumidor optar pela inclusão da cobertura contra roubo, o prêmio sobe para a partir R$ 100,00 ao ano.
A corretora de seguros Maria Filomena Magalhães Branquinho, com 25 anos de mercado, explica que a cobertura básica oferecida por todas as seguradoras inclui incêndio, explosão e queda de raio. «O consumidor pode solicitar coberturas adicionais de acordo com a sua necessidade. O importante é ter em mente o que ele precisa para não deixar de fora algo importante nem contratar coberturas de que não precisa, encarecendo o valor do prêmio a ser pago», orienta a corretora. As coberturas adicionais mais procuradas são contra roubo e danos elétricos – quando há danos a aparelhos e instalações causados por curto-circuito ou variação de tensão -, mas é possível segurar o imóvel contra vendavais, queda de aeronaves e impacto de veículos, entre outros.
Segundo Filomena, muitas seguradoras também oferecem a chamada assistência 24 horas, que inclui serviço emergencial de chaveiro, bombeiro e eletricista. «Tudo isso vem embutido no valor do seguro. É uma motivação extra para conquistar o segurado», aponta.
O médico acupunturista Cláudio César Diláscio conta que fez o seguro residencial há cerca de sete anos, quando se mudou para uma casa. «A contratação do seguro residencial foi a maneira que encontrei de preservar o patrimônio conquistado, pelo menos do ponto de vista monetário», conta Cláudio, que teve a casa «limpada» por assaltantes há cerca de três anos.
«Levaram desde violão, tevês, som, máquina fotográfica até computador de mesa e notebook. Recebi o valor segurado, o que minimizou minhas perdas materiais. Mas não podemos nos descuidar, já que o seguro não impede que o sinistro aconteça. Depois do assalto, pensei até em me mudar de casa, mas achei um absurdo ter que ficar fugindo. Então reforcei a segurança», relata Cláudio.
De acordo com o diretor do Sindicato das Seguradoras de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal (Sindseg), Andre Saigh, o seguro residencial vem crescendo significativamente no último ano, mas o sindicato ainda não tem estatísticas sobre esse movimento. «O lar sempre foi deixado um pouco de lado pelos consumidores que tradicionalmente priorizam o seguro do veículo e de vida, mas desde o ano passado, talvez pelo próprio crescimento da violência e da sensação de insegurança, a procura pelo seguro residencial vem aumentando», aponta Saigh.
A contratação do produto exige alguns cuidados especiais. O consumidor tem de se informar, por exemplo, se no caso de roubo terá de apresentar notas fiscais dos produtos segurados para fazer jus à indenização. Muitas seguradoras exigem a comprovação dos bens de maior valor mediante apresentação de nota fiscal para liberarem as indenizações.
«Algumas seguradoras até flexibilizam essa exigência, aceitando o termo de garantia ou o manual do produto, por exemplo, como forma de comprovar a preexistência do bem, mas o ideal é que o consumidor guarde as notas fiscais», orienta o diretor do Sindseg.
No caso da Minas Brasil Seguradora, por exemplo, as dificuldades geradas pela exigência da nota fiscal foram resolvidas com a adoção de uma vistoria prévia. «Assim, se houver sinistro e o segurado não tiver nota fiscal, tudo o que estiver indicado na apólice está coberto. E se durante o período do contrato ele adquirir novos produtos, ele pode fazer o endosso da apólice», explica o superintendente de produtos da Minas Brasil, Adelson Cunha.
Fonte: Hoje em Dia