Corretor ainda tem dificuldades para inovar e ampliar negócios
O professor da Escola Nacional de Seguros em Curitiba, Valdemiro Cequinell Belli, reconhece que o mercado vive boa fase de expansão pelo aumento da população economicamente ativa, crescimento da classe C e grande aumento da quantidade de veículos em circulação, com amplos ganhos para todos.
Entretanto, muitos corretores não tem se preocupado em inovar ou mesmo buscar outros canais de comunicação com os clientes, sendo a internet um canal difícil para os pequenos, já que os grandes sempre têm maior poder de investir em tecnologia, design e propaganda para acabarem em primeiro lugar na mente dos compradores, declara.
Em análise do ambiente que envolve o acelerado desenvolvimento da tecnologia e a capacidade do corretor para acompanhar as novidades, o especialista aponta que estamos em período onde o consumidor busca informações online, momento impulsionado pela chegada à maturidade da geração Y (pessoas nascidas a partir de 1980).
Mas o mercado de seguros de Automóvel no Brasil, um nicho tradicionalmente conservador, é um dos últimos que ainda não foi diretamente impactado pela revolução que a tecnologia da informação (TI) trouxe com a comercialização de serviços ou produtos pela internet, avalia Belli.
Ele argumenta que o cenário atual tem impactado bastante a maneira como seguradoras e corretores de seguros se relacionam, através de cálculos e transmissões eletrônicas de propostas, protocolos eletrônicos, agendamento de vistorias através de extranet/internet, emissão de apólices com certificação digital sem o envio de via física para as corretoras e clientes, bem como regulação de sinistros com sistemas integrados entre vistoriadoras/oficinas/seguradoras e corretoras.
Mas em paralelo houve pouco avanço ou modificação nas transações entre corretoras e segurados, principalmente em função do mercado brasileiro ser dominado por corretoras de médio e pequeno portes – cerca de 65.000 corretores com 28.053 pessoas jurídicas, conforme a Fenacor – com capacidade reduzida de realização de investimentos em TI, mas com grande força na realização de vendas relacionais, explica Belli.
Para reforçar seu posicionamento, ele lembra a pesquisa divulgada em 2012 pelo Sincor-SP. Atualmente as principais dificuldades dos corretores de seguros do estado de São Paulo, no que se refere à concorrência, são os bancos (37%), preço diferenciado (32%) e as concessionárias (23%). De forma bastante distante, aparece como preocupante a internet com apenas 1% do total, conclui.
Fonte: CQCS