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Imprensa: estudo expõe abismo de gênero no comando das redações

Enquanto a imprensa exerce o seu papel de fiscal da sociedade cobrando de empresas e organizações a igualdade de gênero em suas equipes, dentro das redações as oportunidades para as mulheres jornalistas continuam restritas, lembrando o ditado “casa de ferreiro, espeto de pau”.

É o que mostra a pesquisa anual do Instituto Reuters para Estudos de Jornalismo, publicada durante as celebrações pelo Dia Internacional da Mulher, examinando a situação de gênero em 240 redações dos principais veículos de 12 países.

Apenas 21% dos 179 principais editores são mulheres, apesar de elas representarem cerca de 40% da força de trabalho no setor. No ano passado, a participação era de 22%.

Brasil tem menos mulheres jornalistas na chefia

No Brasil a situação é ainda pior do que a média geral: apenas 7% dos principais editores são mulheres. As profissionais perderam espaço: a taxa era de 12% ano passado.

Em 11 dos 12 mercados, a maioria dos principais editores são homens, inclusive em países onde elas os superam em número de jornalistas em atividade.

Nenhum dos mercados pesquisados tem um número de mulheres maior do que de homens liderando as redações principais.

A melhor situação é a dos EUA. Metade das redações principais é liderada por uma mulher, contra 47% no ano passado. A líder anterior, a África do Sul, foi a que apresentou a queda mais drástica no levantamento deste ano.

Por que o gênero dos jornalistas no comando importa

O acompanhamento da diversidade de gênero na liderança das redações vem sendo feito pelo Reuters desde 2020. O relatório deste ano tem como autores o diretor-geral do instituto, Rasmus Kleis Nielsen, a vice-diretora Meera Selva e a pesquisadora Kirsten Eddy.

Para chegar aos resultados, o instituto examina os 10 veículos online e os 10 offline de maior audiência, com base na medição do Reuters Institute Digital News Report 2021.

Os 12 mercados pesquisados foram Quênia e África do Sul na África; Hong Kong, Japão e Coreia do Sul na Ásia; Finlândia, Alemanha, Espanha e Reino Unido na Europa; México e EUA na América do Norte; e o Brasil na América do Sul.

A nomenclatura dos cargos varia, mas os pesquisadores tomaram como referência para o estudo o profissional que exerce a posição máxima de liderança dentro da redação, com influência sobre decisões editoriais e também administrativas. Os dados foram coletados em fevereiro.

Em alguns casos, o mesmo profissional lidera as versões online e offline do veículo, daí a diferença entre número de organizações e de profissionais abrangidos pela pesquisa.     

Fonte: NULL

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