Contas do governo melhoram, mas nem de longe isso é sinal de alívio
O resultado do Tesouro Nacional em novembro foi melhor do que se esperava. E o ano vai encerrar com um déficit menor do que o estipulado na meta fiscal de R$ 159 bilhões aprovada pelo Congresso.
Uma ligeira melhora na arrecadação, a contribuição de receitas extraordinárias e um aperto duríssimo nas despesas explicam o superávit de R$ 1,3 bilhão em novembro, contra um déficit de R$ 38,4 bilhões em novembro do ano passado.
Resultado melhor, mas que nem de longe sinaliza trajetória de alívio para as contas públicas.
A tesoura do Tesouro cortou onde era possível cortar. O resultado mês a mês mostra que Tesouro Nacional vem gastando menos do que o previsto nos decretos de execução orçamentária.
As despesas discricionárias, aquelas que o governo tem flexibilidade para administrar, sofreram corte de R$ 34 bilhões. O investimento cai, os serviços pioram:
O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) perdeu R$ 13 bilhões em relação a janeiro-novembro do ano passado.
O corte no Minha Casa Minha Vida foi de R$3,7 bilhões.
Na conservação de estradas, os gastos devem ficar este ano em R$ 10,9 bilhões, metade do registrado quatro anos atrás.
Nas despesas com subsídios e subvenções, redução de R$ 5,6 bilhões.
Gastos com abono salarial e seguro-desemprego caíram R$ 4 bilhões.
São cortes drásticos para compensar as despesas que crescem a cada mês, a cada ano:
As despesas com o funcionalismo aumentaram 7,1 % ou R$ 16,9 bilhões.
Os gastos com a Previdência aumentaram em R$ 28,9 bilhões, 6,1% a mais do que no período de janeiro a novembro do ano passado. O déficit da Previdência acumulado até novembro é de R$ 174,5 bilhões e deve fechar o ano em R$ 185,9 bilhões, de acordo com as estimativas do Tesouro.
Excluindo o déficit da Previdência, o Tesouro é superavitário: R$ 26,9 bilhões na projeção de janeiro a dezembro.
Fonte: G1