Concessões terão de ser compensadas, diz Meirelles
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta terça-feira (11) que os pontos na reforma da Previdência que forem alterados terão de ser compensados.
“Tudo o que se cede um ponto tem que se compensar em outro. Esse ê o problema”, afirmou o ministro após reunião com o presidente Michel Temer e representantes da base aliada do governo para tratar sobre a reforma.
Meirelles disse ainda que o impacto da redução de idade mínima de mulheres seria “bastante” e que esse ponto ainda não estava em discussão. “Estamos trabalhando para fazer a reforma que tenha condição de assegurar o equilíbrio fiscal, de não aumentar as despesas da Previdência como proporção do PIB. Senão, não conseguimos equilibrar as contas.”
Mais cedo, o relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Maia (PPS-BA), afirmou que não haverá mais idade mínima para as pessoas entrarem nas regras de transição em busca da aposentadoria e que haverá redução do pedágio, ao mesmo tempo em que haverá idade mínima para quem optar por esse caminho se aposentar.
Pela proposta original do governo, mulheres acima de 45 anos e homens acima de 50 anos entrariam nas regras de transição tendo de pagar um pedágio de 50% sobre o tempo restante de contribuição.
ESPINHA DORSAL
Na reunião, o presidente Michel Temer voltou a dizer que o governo concorda em fazer uma reforma da Previdência que sirva para os próximos 20 anos apenas, mas que as mudanças no texto não podem “quebrar a espinha dorsal” da proposta, que seria o estabelecimento de uma idade mínima de 65 anos.
Em entrevista à Folha na semana passada, o presidente já havia dito que, mesmo com mudanças, o importante ê realizar a reforma.
“Confesso que o projeto original que mandamos ê uma reforma que visa 30, 40 anos. Se não pudermos fazer isso, vamos fazer por 20 anos”, afirmou Temer.
Fonte: Folha de São Paulo