Comunicação afetiva pode ser fator de sucesso na jornada das Mulheres na Liderança
Resumo: Em um mundo com modelos de trabalho cada vez mais horizontalizados e colaborativos, habilidades de comunicação e liderança afetiva podem beneficiar mulheres no mercado de trabalho.
Não à toa, as mulheres são as que mais sofrem com a síndrome da impostora. De acordo com estudos de consultorias como KPMG e Deloitte, cerca de 75% das mulheres no mercado de trabalho já experimentaram se sentirem incapazes ou aquém de suas funções ao longo de sua trajetória profissional.
E conforme avançam em suas carreiras, esse sentimento tende a se intensificar. Um levantamento de 2024 da Diversitera, empresa que promove Diversidade, Equidade e Inclusão nas organizações, por exemplo, apontou que somente 35% dos cargos de alta liderança são ocupados por mulheres, enquanto 70% das funções são operacionais.
Por outro lado, uma pesquisa realizada pela Leadership Circle revelou que as lideranças femininas se destacam por três grandes habilidades: elas conseguem se conectar e se relacionar melhor com as pessoas; são mais propensas a trabalharem em equipe para atingir o resultado esperado; e constroem e cultivam conexões mais fortes, que impactam significativamente na produtividade e engajamento dos times. Todas essas habilidades são consideradas soft skills desejadas em um mundo que transita para uma experiência de liderança cada vez mais leadership e menos top down.
Durante muito tempo, o padrão valorizado pelas empresas era o de líderes duros, racionais e com relacionamentos mais distantes de suas equipes, sem qualquer abertura para vulnerabilidade, comportamento este que entrou recentemente para o dicionário corporativo. Entretanto, em especial pós-pandemia, esse cenário tem mudado e as organizações têm valorizado cada vez mais gestões humanizadas, porque elas geram conexão e engajamento – esse engajamento é fundamental para que resultados sejam perseguidos coletivamente, dando sentido ao trabalho em um mundo cada vez mais dinâmico e incerto em suas relações.
De acordo com um estudo da Deloitte de 2024, 72% dos colaboradores afirmam que a atenção das empresas ao que é chamada de “sustentabilidade humana”, que envolve o bem-estar e a saúde mental, melhora a experiência no trabalho.
Nesse contexto, abriu-se uma nova oportunidade para empoderar as lideranças femininas, uma vez que podem unir firmeza e, principalmente, empatia, para construir ambientes mais respeitosos. A socialização das mulheres, com a propensão para o coletivo e o cuidado, contribui para desenvolver essas características e promover ambientes mais favoráveis à colaboração e ao pertencimento.
Essas características, quando bem aplicadas, revertem-se em resultados. De acordo com um levantamento da ONG Conference Board de 2025, empresas com, ao menos, 30% de mulheres na liderança têm 12 vezes mais chances de ter um desempenho financeiro melhor, com crescimento de 10% a 12% nas receitas.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) apresentou um relatório em 2025 apontando que a diversidade dentro das organizações aumenta os lucros entre 5% e 20%. Além disso, a presença de mulheres na liderança traz outros benefícios notáveis: maior eficiência do time de gestão, melhores índices de atração e na retenção de talentos e ganhos de reputação e imagem pública da empresa.
Tais fatores aliados à favorabilidade para ambientes e relações mais colaborativas com resultados tangíveis, refletidos em aumento de receita, pavimentam um futuro próspero para a liderança feminina, o que gera impactos positivos não só para as mulheres, mas para toda a sociedade.
Como forma de contribuir com esse cenário, a Porto promove, por meio do Lidera, a sua jornada de desenvolvimento para mulheres e a inclusão de mulheres na posição de líderes. Desde o seu lançamento, 24% das participantes foram promovidas ou reconhecidas na Companhia. Recentemente, a iniciativa ganhou um desdobramento, o Lidera Em Foco, que oferece mentoria para mulheres que desejam evoluir na carreira. Com este exemplo e de outras empresas, podemos ampliar a representatividade feminina em espaços de decisão e promover essa mudança no mercado de trabalho por meio da liderança afetiva.
