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Companhias traçam o mapa dos riscos

Os executivos mais pessimistas das seguradoras serão os profissionais mais atuantes nos próximos dois meses. Eles determinarão o planejamento estratégico de 2008, que começará a ser trabalhado a partir de outubro pelos executivos das seguradoras.
– Se o presidente de uma companhia quiser aumentar a rentabilidade de uma carteira de negócio em 50%, a diretoria de controle interno terá de identificar e quantificar quais os riscos para se atingir esse objetivo. Quanto maior for o apetite do acionista por lucro, maior será o grau de risco que terá de correr – disse Maria Paula Soares Aranha, consultora da RiskOffice, em sua palestra `Avaliação de Riscos Corporativos e Controles em Seguradoras”:
– As empresas que tiverem boas práticas de governança terão melhor controle do risco – afirmou Maria Paula.
A palestra da consultora foi uma das dezesseis previstas no evento organizado pela Federação Nacional das Seguradoras (Fenaseg) e a Fundação Nacional Escola de Seguros (Funenseg). O seminário foi idealiza-do para ajudar os executivos responsáveis por controles internos a mapear todos os riscos que podem comprometer o futuro da companhia, quantificar a perda provável e criar mecanismos de proteção que levem as perdas a um patamar próximo de zero. Os riscos de uma empresa são divididos em operacionais, financeiros, legais e de mercado.
– A nossa sorte é que a regulamentação de controles internos para os bancos começou em 1998. Muitos investimentos já foram feitos e sistemas foram desenvolvidos – disse Assizio Aparecido de Oliveira, diretor de auditoria interna da Mapfre e presidente da comissão de controles internos da Fenaseg.
– A gestão de riscos pode detectar problemas para evitar a quebra de empresas, como aconteceu com a Enron, Parmalat e Worldcom, entre outras – explicou José Rubens Alonso, consultor da KPMG.
A primeira normativa do setor de seguros para controles internos foi divulgada em 2004, com a resolução 249 – uma cópia da norma do Banco Central aplicada aos bancos. De lá para cá várias outras regras foram divulgadas, como controle de fraude, de lavagem de dinheiro, exigência de auditores internos, entre outras, e aos poucos estão sendo aplicadas pelas seguradoras. A Susep segue as recomendações da International Association of Insurance Supervisors (IAIS). Esta, por sua vez, segue os padrões que vem sendo discutidos nas regras de Solvência II, com medidas de controle interno, gestão de risco e transparência nas informações aos consumidores e investidores.
Segundo Oliveira, o maior desafio hoje para a diretoria de controle interno das seguradoras é conscientizar desde o presidente do conselho até o mais simples funcionário sobre a necessidade do comprometimento de todos com os processos desenhados para minimizar as perdas.
– E preciso disseminar o conceito da gestão de risco, para que os executivos tomem consciência de que precisam estar em conformidade com as regras definidas – disse.
Um de seus argumentos é de que um qualificado sistema de controle interno ajuda a passar para o mercado uma imagem de solidez e seriedade, o que se reflete em maior confiança dos investidores e em maior aceitação dos consumidores.
Segundo o consultor da KPMG, o controle interno de riscos e a base para a adequação pelas seguradoras das novas regras de solvência exigi-das pela Susep, que calcularão o capital com base no risco do negócio. Tais regras começarão a ser implementadas em 2008. Se a seguradora não tiver base para usar um modelo interno, terá de usar o sugerido pela Susep, que praticamente dobra o valor de aporte de capital quando comparado ao desenvolvido pelas companhias.

Fonte: CQCS

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