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Com papéis trocados em casa, sucesso nos negócios

Ela é o pai. O marido é a mãe. Os rótulos talvez sejam um pouco simplistas para resumir a definição de papéis domésticos na família da norte-americana Leslie Blodgett, diretora-executiva da empresa de cosméticos Bare Escentuals. Mas a clareza com que ela apresenta a divisão de trabalho familiar chega a ser desconcertante. “Nosso modelo ainda não é muito comum nos Estados Unidos, mas começa a acontecer”, diz. E qual a profissão de seu marido? – insisto. “Papai”, responde. “Ele faz as compras, cozinha, mas sou eu que escolho o cardápio”, emenda, com um sorriso.
Leslie, que virá a São Paulo em junho para o lançamento de sua marca, dá mais detalhes sobre a organização de sua família durante o almoço num restaurante informal, no centro de São Francisco. Enquanto se limita a uma frugal saladinha, conta que há 16 anos, quando aceitou o convite para ser CEO da Bare Escentuals ficou combinado que ela cumpriria um extenso horário de trabalho e que o marido seria o “dono de casa”.
O esquema deu certo. O casamento já dura há 25 anos, o filho do casal completou 19, e ela, em paz com os afazeres domésticos, transformou uma pequena empresa da Califórnia numa gigante internacional da maquiagem, comprada pela Shiseido por US$ 1,8 bilhões, no ano passado. A aquisição, uma das maiores na história da indústria de cosméticos, tinha a permanência da executiva como parte das negociações.
Há 18 horas e 28 minutos
Com papéis trocados em casa, sucesso nos negócios
Por Maria da Paz Trefaut | De São Francisco (EUA)
Leslie Blodgett, CEO da Bare Escentuals: segundo o “The New York Times”, desde a morte de Estée Lauder ninguém influenciava tanto a indústria da beleza
Ela é o pai. O marido é a mãe. Os rótulos talvez sejam um pouco simplistas para resumir a definição de papéis domésticos na família da norte-americana Leslie Blodgett, diretora-executiva da empresa de cosméticos Bare Escentuals. Mas a clareza com que ela apresenta a divisão de trabalho familiar chega a ser desconcertante. “Nosso modelo ainda não é muito comum nos Estados Unidos, mas começa a acontecer”, diz. E qual a profissão de seu marido? – insisto. “Papai”, responde. “Ele faz as compras, cozinha, mas sou eu que escolho o cardápio”, emenda, com um sorriso.
Leslie, que virá a São Paulo em junho para o lançamento de sua marca, dá mais detalhes sobre a organização de sua família durante o almoço num restaurante informal, no centro de São Francisco. Enquanto se limita a uma frugal saladinha, conta que há 16 anos, quando aceitou o convite para ser CEO da Bare Escentuals ficou combinado que ela cumpriria um extenso horário de trabalho e que o marido seria o “dono de casa”.
O esquema deu certo. O casamento já dura há 25 anos, o filho do casal completou 19, e ela, em paz com os afazeres domésticos, transformou uma pequena empresa da Califórnia numa gigante internacional da maquiagem, comprada pela Shiseido por US$ 1,8 bilhões, no ano passado. A aquisição, uma das maiores na história da indústria de cosméticos, tinha a permanência da executiva como parte das negociações.
Para assumir a Bare, ficou combinado que ela cumpriria um extenso horário de trabalho e o marido seria o “dono de casa”
A inversão das tarefas tradicionalmente atribuídas ao homem e à mulher não é a única responsável por esse sucesso empresarial. Mas que ajudou, ajudou, ela insiste. Em 1994, quando Leslie chegou à Bare Escentuals, depois de passar pela Max Factor e pela Neutrogena, a empresa vendia lavandas e sais para banhos, focada numa aromaterapia natureba. Tinha menos do que uma dúzia de lojas próprias e ia de mal a pior. Um ano depois, a executiva criou a Bare Minerals, que se tornaria a principal marca da empresa, hoje presente em 31 países, com quase 200 lojas próprias, prestes a chegar ao Brasil.
Com um visual minuciosamente estudado e uma simpatia do tipo “gente como a gente”, Leslie transformou-se em referência para milhões de mulheres norte-americanas. Sua popularidade e as normas que vem ditando no mundo da maquiagem fazem com que seja comparada à polonesa que fundou a Max Factor – que nos anos 1930 revolucionou a aparência das mulheres com a criação do pancake. No ano passado, ao dedicar-lhe uma página, o jornal “The New York Times” disse que desde a morte de Estée Lauder (1908-2004) ninguém influenciava tanto a indústria de beleza.
A propagada vaidade da brasileira é o principal trunfo de Leslie para conquistar o Brasil. Ela não sabe que aqui, ao contrário dos Estados Unidos, não há mulheres negras na publicidade de produtos de beleza para a classe A e B. Nem que a Bare Minerals, que abrirá loja no Shopping Higienópolis e que terá um espaço de vendas na Sephora do Iguatemi JK, chegará com preços altos demais para o brasileiro comum.
Em abril, quando desembarcar em São Paulo pela primeira vez, a executiva espera estabelecer o mesmo canal de intimidade que a fez conhecida entre as americanas. “Quero conhecer a casa de várias mulheres, conversar com elas, saber o que gostam. Pretendo ir ao banheiro, abrir as gavetas e ver o que elas usam. Até as chinesas me deixaram fazer isso…”

Fonte: Valor

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