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CNSeg lança guia do nome social

Michelly Souza nasceu no corpo de um homem, mas nunca se sentiu como um, e desde criança foi pressionada a seguir os padrões. Em 2021, aos 40 anos, decidiu fazer a transição de sexo, e que deveria ser chamada de Michelly.

A analista de recursos humanos recebeu o apoio da empresa em que trabalha, mas fora dela ainda passa por constrangimentos. Pensando em colaborar para evitar situações como essa, a Confederação Nacional de Seguros (CNSeg) decidiu elaborar o guia do nome social, sua primeira ação voltada para questões LGBTIQA+.

O nome social é considerado uma parte essencial da identidade de uma pessoa, principalmente para pessoas transgênero, transsexuais ou travestis.

No Brasil há um decreto que reconhece a legalidade do uso do nome social no âmbito da administração pública federal, incluindo INSS, Receita Federal e hospitais e universidades federais.

Para o setor privado não há regras, e o uso depende de procedimentos específicos de cada empresa. No guia do nome social, a CNSeg incentiva as seguradoras a criarem políticas relativas à inclusão e ao uso do nome social para que todos os colaboradores e clientes tenham conhecimento. “O uso do nome social dá respeito e dignidade. A ideia é fomentar a inclusão, ser referência e amparo, e oferecer letramento para o assunto”, afirma a diretora de sustentabilidade e relações de consumo da CNSeg, Ana Paula Almeida Santos.

Para Michelly, a adoção do nome social no trabalho foi um divisor de águas em seu processo de transição. “O crachá com a foto e meu nome me encorajou. Até então, eu tinha medo de trocar, de pedir um novo RG com nome social. Depois disso, consegui me expressar”, afirma.

A analista de RH trocou a documentação, mas ainda passa por situações diárias, como ser barrada de entrar em um provador feminino em uma loja. “Eu ainda preciso reafirmar minha posição feminina em tudo que vou”, diz.

Diferentemente de Michelly, o estudante de comunicação Gabriel Mariquito chegou na Brasilcap após ter feito a transição, e sua gestora só soube disso depois que foi informada que havia uma documentação errada, em nome de uma mulher. Tratava-se da certidão de nascimento, que não foi alterada. “Eu achava que podia me apresentar como Gabriel e as pessoas me chamariam de Gabriel, mas não é bem assim. As coisas não são tão fáceis como pensei”, afirma o estudante, de 24 anos.

A CNSeg não tem poder de mudar os negócios das associadas, mas tem compromisso de fomentar a agenda de diversidade, que é essencial para a sustentabilidade das empresas, afirma a diretora.

Até então, o trabalho da confederação era focado mais em diversidade de gênero. O próximo relatório de sustentabilidade vai buscar ampliar essa discussão com 17 novos indicadores, que incluirão temas raciais, etarismo e LGBTIQA+, por exemplo.

As seguradoras respondem a uma série de perguntas e, depois de compilar os resultados, a CNSeg vai criar um plano de ação para os próximos anos. “Ao mesmo tempo, as seguradoras têm que se preparar para novos cenários e há oportunidades para novos produtos específicos para pessoas trans ou dedicados a pessoas com deficiência, por exemplo”, diz a superintendente de relações de consumo e sustentabilidade da CNseg, Luciana Dall’Agnol.  

Fonte: NULL

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