Classe C impulsiona recorde
O mercado de previdência privada fechou o primeiro semestre de 2008 com captação recorde, resultado da popularização cada vez maior da modalidade. Foram recebidos R$ 15,3 bilhões – 23,3% a mais do que os R$ 12,4 bilhões captados no mesmo período em 2007. Além da melhora da economia, as empresas atraíram mais clientes com a criação de planos mais acessíveis.
´O crescimento foi impulsionado principalmente pelos novos consumidores que ascenderam à classe C´, afirma Carlos Guerra Barreiros, vice-presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), também diretor da Itaú Previdência. ´Agora, com uma renda extra, eles passaram a ter condições de poupar para o futuro´, diz.
Outra justificativa para a expansão do mercado está na criação de planos mais populares. ´Até pouco tempo atrás, o consumidor tinha de pagar pelo menos R$ 130 por mês como contribuição para um plano de previdência privada´, diz Marco Rossi, também vice-presidente da Fenaprevi e diretor da Bradesco Seguros. ´Hoje, o valor mínimo está em torno de R$ 30´, comenta.
Com produtos mais baratos, a contribuição média mensal – que era de R$ 300 há quatro anos – baixou para R$ 220. Os planos também ficaram mais flexíveis. Caso o consumidor passe por alguma dificuldade financeira e precise parar de contribuir por um período, ele já pode fazê-lo sem que seja obrigado a abandonar o plano. Em alguns casos, também é possível diminuir o valor da contribuição acordada ou mesmo resgatar o valor antes do tempo previsto.
Contribuição dos jovens
O mercado de previdência privada também contou com a ajuda dos jovens. ´É cada vez maior o número de pessoas que acabam de ingressar no mercado de trabalho e já começam a poupar para o futuro´, observa Rossi.
´A nova geração não quer ficar sem fazer nada na aposentadoria. Eles pensam em viajar ou mesmo abrir um negócio´, diz o diretor da Bradesco Seguros, informando que a média de idade dos segurados baixou de 40 anos, em 2003, para 35 anos, hoje. Até o fim deste ano, o setor espera crescer 25% em relação a 2007.
PLANEJAMENTO FAMILIAR
Mulheres estão mais presentes no mercado
Preocupadas com a renda da família no futuro, as mulheres estão ampliando sua participação nas contratações de previdência privada no País. No Ceará, essa realidade também pode ser observada. Na Mongeral, por exemplo, a ala feminina representa 54% dos clientes da seguradora no Estado. Segundo a empresa, elas são as principais responsáveis pelos planos de previdência para os filhos, além de incentivarem maridos a poupar.
´As mulheres não poupam só para si, pensam na família e a longo prazo, o que faz com que o investimento mensal não seja grande, mas seja feito de forma fiel´, explica o diretor de Marketing da seguradora, Luiz Cláudio Friedheim.
Para ele, as mulheres têm um papel cada vez mais importante no planejamento familiar. Com essa característica, as seguradoras de vida e previdência estão atentas a essa parcela de clientes. Como reflexo de mercado, quase 100% das empresas no Brasil oferecem planos específicos para mulheres.
No caso da Mongeral, um exemplo é o Vida Toda Mulher, plano de seguro e previdência que possui diferenciais como segunda opinião médica em caso de doenças graves, orientação nutricional, eletricista, encanador 24 horas e baby siter.
A médica Mary Anne Arruda, de 56 anos, é um exemplo. Para ela, o investimento já demonstrou retorno e segurança. Ela conta que em 2006 decidiu pelo plano e nem imaginava que estaria recebendo o benefício um ano depois. ´Contribui com R$ 105 por mês e hoje recebo R$ 2.100 até o fim da vida´, relembra.
Um estudo da SulAmérica Seguros e Previdência mostra que as mulheres respondem por 44% da carteira de clientes, que é composta por cerca de 100 mil pessoas. O índice é 9% superior ao número de 2000, quando 40% dos investidores eram do sexo feminino.
Fonte: Diário do Nordeste