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Citi eleva prejuízos e se divide em duas partes

O Citigroup, que no último ano perdeu a posição de maior banco norte-americano devido à crise financeira mundial, encerrou um 2008 devastador ao anunciar uma perda no quarto trimestre de US$ 8,29 bilhões na última sexta-feira, em um momento em que fica sob pressão cada vez maior dos reguladores para que repense o modelo de supermercado financeiro e para que diminua a dimensão da companhia. Com quase todas as partes da instituição sofrendo um enorme golpe, Vikram S. Pandit, executivo-chefe do Citigroup, está colocando em prática uma nova estratégia que vai dividir a empresa em duas partes, o Citicorp e o Citi Holdings, a fim de focar a atenção de seus executivos no seu setor remanescente mais forte enquanto extingue gradualmente as operações que perdem recursos.
Mesmo assim, Pandit concordou em dividir a Smith Barney, seu valioso braço de corretagem no setor de varejo, em uma joint venture com o Morgan Stanley com a finalidade de levantar capital para que possa compensar as enormes perdas do quarto trimestre. “Acreditamos que haja muito valor em fazer que estejam focadas”, disse Pandit, se referindo ao seu plano de dividir a companhia. “Não estamos em uma corrida para vender empresas”.
A perda do Citigroup, que equivale a US$ 1,72 por ação, se compara com um prejuízo de US$ 9,8 bilhões, ou US$ 1,99 por ação, no mesmo período do ano anterior. Analistas haviam estimado em média que o banco terminaria empatado no que tange as ações, de acordo com uma pesquisa realizada pela “Bloomberg News”. A companhia informou perdas por cinco trimestres consecutivos. O anúncio, na sexta-feira passada, de assombrosos US$ 25,2 bilhões em baixas totais e perdas para o período mais recente, tanto no seu banco voltado aos consumidores quanto na divisão voltada aos investimentos, trouxe suas despesas totais para US$ 90 bilhões.
Um 2009 sombrio
Para todo o anos de 2008, o Citigroup informou uma perda líquida de US$ 18,72 bilhões. Com o desemprego subindo e a evidência de um desmoronamento global, o banco está se preparando para um outro ano sombrio.
Gary L. Crittenden, diretor financeiro da instituição norte-americana, disse que a instituição estava projetando que as reduções nos níveis de empregos atingissem o pico no início de 2010 e que provavelmente teria de acrescentar dinheiro que estava separado para cobrir as perdas durante o ano todo. O executivo afirmou que os prejuízos relativos às hipotecas estavam se aproximando dos patamares máximos da recessão do início da década de 1990 e que as perdas com cartão de crédito já os haviam ultrapassado.
Ainda assim, o Citigroup ainda vai ter de encontrar compradores para ativos dos quais ele espera se livrar – uma tarefa difícil no ambiente deste mercado. A companhia também vai ter de financiar seus ativos de herança. Algumas pessoas de dentro do banco sugerem que ele possa ter de, mais uma vez, retornar ao governo em busca de assistência.
Dividir o Smith Barney parece ser o primeiro passo na estratégia que agora inclui transformar o supermercado financeiro do Citigroup em uma nova operação do Citicorp, incluindo suas franquias bancárias globais voltadas aos consumidores e aos investimentos, assim como seu banco privado. O objetivo é diminuir o balanço do banco para US$ 1,1 trilhão, ou cerca de metade do seu tamanho máximo em 2007, e forjar uma nova empresa que vai atender multinacionais e clientes ricos e que lembra o velho Citicorp, que precedeu a criação do Citigroup.
Isso vai criar um outro grupo de negócios não essenciais que espera-se seja vendido ou desfeito durante os próximos três anos, chamado de Citi Holdings. Essa parte inclui suas operações voltadas às finanças do consumidor, seu setor voltado aos cartões de crédito emitidos por varejistas ou instituições financeiras (private label), sua unidade de seguros Primerica, e os US$ 301 bilhões de ativos ilíquidos, amplamente garantidos pelo governo.
Receita menor
O Citigroup informou US$ 5,6 bilhões em receita, queda de 13% em relação ao trimestre comparável um ano atrás, refletindo o “ambiente econômico difícil e os fracos mercados de capital”. Todas as regiões sofreram. O banco também informou uma outra longa lista de baixas contábeis: US$ 1,3 bilhão de investimentos em hipotecas complexas, US$ 1,1 bilhão em veículos de investimento estruturado, US$ 991 milhões nas suas posições no setor imobiliário comercial. Além disso, a instituição separou US$ 14 bilhões para se proteger contra as perdas crescentes relacionadas a empréstimos ao consumidor e às empresas.

Fonte: Gazeta Mercantil

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