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Catástrofes naturais são cada vez mais onerosas para países emergentes

A gravidade e a frequência crescentes das catástrofes naturais estão elevando o custo do auxílio humanitário em desastres, sobretudo nos mercados em desenvolvimento e emergentes, visto que são os mais prejudicados e menos preparados. Um dos movimentos adotados para amenizar as perdas vem das parcerias público privadas (PPP). De acordo com estudo divulgado pela Swiss Re, segunda maior resseguradora do mundo, as PPP podem aliviar consideravelmente o ônus financeiro representado pelas catástrofes naturais nos orçamentos públicos.
Os custos econômicos das catástrofes naturais saltaram da média de US$ 25 bilhões por ano, na década de 1980, para US$ 130 bilhões, na década de 2000. O principal vilão desse aumento tem sido o efeito das mudanças climáticas, agravando a ocorrência e força de furacões, inundações e secas em mercados emergentes e países em desenvolvimento.
A publicação da Swiss Re explica, em sete estudos de caso, como esses conceitos foram aplicados na prática. Para se ter uma ideia da perda, quando o furacão Ivan devastou Granada em 2004, as perdas econômicas atingiram o valor de US$ 889 milhões, isto é, a incrível porcentagem de 203% do PIB da ilha caribenha. Um ano depois, o país deixou de honrar sua dívida externa.
No caso do terremoto do Haiti, ocorrido mais recentemente, as perdas ainda assim ficaram em 114% do PIB, mostra o estudo da Swiss Re. “A crescente exposição a catástrofes requer uma abordagem mais diversificada para o financiamento da ajuda humanitária nos desastres”, afirma Michel Lies, presidente de Parcerias Globais da Swiss Re. Até o momento, o foco da gestão de risco de desastres tem sido no socorro, recuperação e reconstrução pós-evento.
Em vez disso, é preferível uma abordagem mais equilibrada, que combine elementos anteriores e posteriores ao evento. Como prioridade principal, os governos devem assegurar o funcionamento de um mercado de seguros por meio de legislação apropriada, o que ajudará a absorver uma grande parcela das perdas provocadas por desastres sofridas por indivíduos e empresas. Em seguida, os governos devem estudar soluções de financiamento pré-evento para a acumulação de reservas, financiamento condicionado e também soluções de seguro soberano.
O financiamento de auxílio humanitário, recuperação e reconstrução pós-desastre por meios orçamentários, o financiamento da dívida e o auxílio de doadores somente devem entrar em jogo para cobrir perdas residuais após o esgotamento de todas as outras soluções de transferência de risco.
Um exemplo é a Caribbean Catastrophe Risk Insurance Facility (CCRIF – Organização Caribenha de Seguros contra Risco de Catástrofes), que segura 16 países e territórios do Caribe contra terremotos e furacões. A CCRIF funciona como um mútuo de seguros, combinando as vantagens do agrupamento de reservas dos governos participantes com a capacidade dos mercados financeiros. A entidade retém alguns dos riscos segurados pelos governos participantes e transfere o restante para os mercados de resseguros. Juntamente com outras resseguradoras, a Swiss Re está apoiando a CCRIF como a principal resseguradora.“Por meio de seu envolvimento em várias parcerias público- privadas, a Swiss Re tem um histórico de capacidade efetiva de apoiar governos na luta contra as implicações financeiras das catástrofes naturais e aumentar a capacidade de recuperação dessas sociedades diante da adversidade”, diz Liès. Contudo, ele ressalta que a transferência de risco financeiro não deve ser encarada de forma isolada.
Segundo os autores do estudo, convém adotar uma abordagem de gestão de risco integrada e estruturada que inclua uma análise aprofundada do cenário de riscos. Desse modo, os decisores políticos e do setor público são capazes de determinar as prioridades com antecedência e alocar recursos escassos de forma condizente. Uma abordagem abrangente permite aos governos minimizar os riscos sempre que possível, transferir os custos dos riscos extremos, como catástrofes naturais, sempre que necessário e, assim, manter a saúde financeira de seus países a longo prazo.

Fonte: Viver Seguro

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