Brookfield é novo nome do grupo Brascan no país
Depois de 50 anos, o grupo Brascan vai mudar o nome de todas as
empresas – shopping center, incorporação e construção, energia
renovável, florestal, agrícola e corretagem de seguros
– para Brookfield, assinatura do controlador canadense. Apesar de
difícil e quase impronunciável para boa parte dos brasileiros, a
subsidiária preferiu correr o risco da mudança e seguir o alinhamento
global.
A ideia é buscar o aval de uma companhia que administra US$ 80 bilhões
em ativos no mundo, em diferentes áreas. O Brasil era o único país
entre os nove onde a multinacional atua que ainda mantinha o nome
Brascan – que teve origem nas palavras Brasil e Canadá. Nos demais
países, a mudança começou há cinco anos. “Aqui demorou mais porque o
nome Brascan era mais presente”, diz Luiz Simões Lopes, presidente do
grupo Brascan.
A multinacional administra R$ 14 bilhões no Brasil, dos quais quase 70%
(R$ 9,5 bilhões) estão na área imobiliária – incorporação e shopping
center. Há mais R$ 2,5 bilhões em geração de energia, R$ 1,5 bilhão em
ativos de infraestrutura e área financeira, R$ 300 milhões na área
agrícola e R$ 200 milhões em florestas.
A área de incorporação é a única com capital aberto – estreou na bolsa
em 2006. Ontem à tarde, a empresa fez uma assembleia para aprovação do
novo nome.
O banco é a única exceção nesse primeiro momento, porque a mudança de
nome de instituição financeira é mais demorada. Segundo Simões, não há
previsão de data para alteração do Banco Brascan para Brookfield.
Na área imobiliária, a Brascan – que comprou a Company e MB Engenharia
no ano passado-já procurava um nome para representar a unificação das
três empresas. “O pessoal do Canadá nos deu a liberdade de mantermos
Brascan, mas já que buscávamos um novo nome, optamos pelo nome global”,
diz Nicholas Reade, diretor-presidente da Brascan Residential, agora
Brookfield Incorporações.
Onovo logotipo do braço de incorporação mantém as três marcas (Brascan,
Company e MB) embaixo da assinatura Brookfield. “Não sabemos por quanto
tempo vamos manter as marcas, depende da aceitação”, afirma Reade. Cada
uma das empresas é mais forte no seu mercado de origem: a Brascan no
Rio, a Company em São Paulo e a MB Engenharia no Centro-Oeste.
Na avaliação do executivo, a marca é importante, mas o consumidor de
imóveis se preocupa menos do que em outras áreas. “Muita gente acha que
comprou apartamento da Lopes ou da Abyara, que são corretoras e não
sabem quem é a construtora”, diz Reade. Nos últimos anos, porém,
aumentou o investimento em sites e até mesmo em campanhas
institucionais das construtoras e incorporadoras.
Uma das preocupações da companhia são os investidores, sobretudo os
estrangeiros, que voltaram a ter uma participação importante no mercado
imobiliário.
“Você pula um estágio de não ter que explicar que no Brasil Brookfield é Brascan”, diz Lopes.
A integração das três empresas começou no fim do ano passado e
prossegue. Segundo Reade, houve um trabalho de identificação dos
procedimentos usados em cada uma delas – como sistema demonitoramento
de obra, folha de pagamento, incorporação e compra de terreno – escolha
do melhor modelo e implantação em toda a empresa. “Estamos nessa fase
de padronização”, diz Reade. A companhia usou parte da verba de
lançamentos, já que houve uma queda de novos produtos este ano, para
comunicar a nova marca. Mas não revela o valor investido.
A incorporadora ainda não definiu como atuará no mercado de baixa
renda, se criará uma outra marca,comoa maioria das empresas do setor.
Atualmente, o principal veículo popular é a MB Engenharia, mas a
participação do segmento econômico ainda é pequeno no grupo. Para este
ano, 7% dos lançamentos devem ser de até R$ 130 mil (dentro do Minha
Casa, Minha Vida), 63% entre R$ 130 mil e R$ 500 mil, 15% acima de R$
500 mil e 15%, em escritórios
Fonte: Valor
