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Brasil Telecom terá fornecedor único para manutenção

Está em jogo um contrato exclusivo para fazer a manutenção de toda a rede da operadora, hoje dividida entre sete empresas.
Participam da disputa a sueca Ericsson, a franco-americana Alcatel-Lucent e a Nokia Siemens, parceria entre a Nokia, da Finlândia, e a Siemens, alemã. Todas já trabalham para a BrT e a única delas que sobrar após esse processo terá acesso a um negócio de centenas de milhões de reais ao ano.
Quem perder ficará na desconfortável posição de estar fora de uma das três concessionárias de telefonia local do país – uma situação inédita para os grandes fornecedores, que costumam estar presentes em todas as teles.
É com base na aposta de que as empresas se empenharão para não ficar de fora que a BrT pretende reduzir custos nessa operação. A companhia não divulga quanto pretende economizar, mas de qualquer forma a manutenção de rede representa 9% dos custos totais da Brasil Telecom, que foram de R$ 5,3 bilhões nos nove primeiros meses do ano.
Os fornecedores atuais já foram informados do rompimento dos contratos e no final da tarde de ontem a BrT apresentou aos participantes as condições para que eles façam suas propostas. O resultado sairá rapidamente para que o vencedor já assuma as operações no início de janeiro.
“É um movimento único no país e não temos notícia de algo assim no mundo. Se tiver alguma coisa, é pontual”, afirmou ao Valor o vice-presidente de operações da Brasil Telecom, responsável pelo projeto.
Segundo ele, a empresa começou a terceirizar a manutenção de sua rede logo após a privatização, num processo que ocorreu em etapas. Inicialmente, a BrT firmou contratos para sua planta externa – o trecho que vai da central até a casa do assinante. Em 2002, contratou prestadores de serviços para a chamada planta interna, onde está a parte mais essencial da infra-estrutura. “Agora, chegou o momento de fazer uma consolidação de tudo isso”, observou Santiago.
Atualmente, Nokia Siemens, Ericsson e Alcatel-Lucent dividem – de forma geográfica – a manutenção da rede interna da empresa. Na planta externa, os prestadores de serviços são hoje Telemont, ETE, Koerich e TRB. Estes quatro deixarão de ter qualquer vínculo direto com a BrT. Poderão, na melhor das hipóteses, ser sub-contratados pelo vencedor da concorrência.
Os três fornecedores estrangeiros são os únicos que se enquadram nas exigências impostas pela operadora – entre elas, a de já atuar no Brasil e a de prestar serviços a um parque com pelo menos 3 milhões de telefones.
Depois das mudanças, somente uma dessas empresas ficará responsável pelas redes interna e externa, além da infra-estrutura de comunicação de dados. Ela poderá, se quiser, sub-contratar prestadores de serviços ou adquirir o contrato das empresas de manutenção externa.
A medida envolve uma boa dose de risco para a Brasil Telecom. De fato, é incomum as operadoras de telecomunicações concentrarem contratos tão grandes nas mãos de um só fornecedor. Porém, de acordo com Santiago, as exigências feitas no processo são suficientes para mitigar as chances de que ocorram problemas. “Foi por isso que determinamos que fossem empresas com experiência no Brasil e com mais de 3 milhões de terminais administrados”, afirmou. “Existe segurança.”
O executivo acrescentou que a operadora continuará responsável por toda a operação e a supervisão do gerenciamento da rede. “A inteligência da rede continua com a gente. Isso não muda e nunca vai mudar.”
A manobra vai ao encontro das medidas que a Brasil Telecom vem adotando para reduzir custos e melhorar sua rentabilidade. Corre em paralelo um projeto chamado internamente de Iwo Jima, que consiste numa série de medidas para desenvolver novas fontes de receitas e enxugar despesas – com impacto estimado de R$ 800 milhões no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações neste ano.

Fonte: Valor

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