Brasil estará no centro de discussões globais e locais em 2025.
Um ano excelente. Assim, 2024 é definido pelos principais porta-vozes de seguradoras, resseguradoras e corretores de re/seguros em todo o mundo. O otimismo para 2025 é grande.
A tendência das negociações aponta para uma leve estabilização de preços no segmento de riscos corporativos, após um longo período de aumento acentuado. Apesar de algumas reduções modestas nos índices gerais, como o relatório da Marsh, que indica uma queda média global de 1% no último trimestre, ainda há variações significativas entre regiões e linhas de negócios.
O mercado de Property & Casualty (P&C), influenciado por eventos climáticos e mudanças nas práticas de resseguro, tende a permanecer mais estável. Linhas de longo prazo, como responsabilidade civil e D&O, trazem incertezas devido a tendências complexas, como litígios em massa e eventos sistêmicos. A disponibilidade de dados mais robustos tem ajudado o setor a manter disciplina na precificação, evitando oscilações abruptas.
O foco permanece em equilibrar adequação de preços e rentabilidade sustentável, adaptando-se às constantes mudanças nos riscos e condições do mercado.
No Brasil, Stephanie Zalcman, sócia e diretora na corretora Wiz Corporate, acredita que o mercado de seguros brasileiro em 2025 estará no centro de discussões globais e locais, especialmente diante de questões como mudanças climáticas, avanços tecnológicos e pressões econômicas. “A realização da COP 30 no Brasil simboliza uma oportunidade de colocar o país como protagonista nas soluções para riscos climáticos. No entanto, a lacuna entre o discurso e a prática ainda é evidente. Apesar da urgência, a baixa demanda por produtos voltados para riscos ambientais e a falta de incentivos fiscais dificultam a expansão desse segmento. Por outro lado, há um potencial inexplorado em setores como o agronegócio e a infraestrutura, que poderiam se beneficiar de soluções inovadoras, como seguros paramétricos e parcerias público-privadas”, comenta.
Segundo ela, a inflação moderada em 2025 traz alívio ao mercado, mas o impacto no custo de sinistros ainda será um desafio, especialmente nos setores automotivo e de saúde.
Para responder a essa dinâmica, as seguradoras precisam inovar na precificação, explorando tecnologias de big data e inteligência artificial para personalizar produtos e otimizar custos. “O avanço do seguro cibernético, por exemplo, reflete uma tendência global que começa a ganhar força no Brasil. Com o aumento dos ataques digitais e a pressão regulatória, empresas de todos os portes estão percebendo a importância de mitigar riscos cibernéticos, abrindo espaço para um crescimento acelerado nesse nicho.”
Outro ponto crucial para o setor em 2025, segundo Zalcman, será a transformação digital e a competição acirrada com novos entrantes, como insurtechs e players internacionais.
A necessidade de agilidade e inovação pressiona as seguradoras tradicionais a adotarem estratégias digitais robustas e centradas no cliente. Além disso, a guerra por talentos permanece, especialmente em áreas técnicas e tecnológicas. Empresas que investirem em capacitação, programas de ESG e políticas flexíveis de trabalho terão uma vantagem competitiva. Em suma, 2025 será um ano de grandes oportunidades para seguradoras que souberem unir tecnologia, sustentabilidade e personalização em suas estratégias, posicionando-se como parceiras indispensáveis na gestão de riscos.