Bradesco e Itaú obtêm grau de investimento
A agência de classificação de risco Standard & Poor”s elevou nesta quinta-feira os ratings (notas de risco) de oito instituições financeiras brasileiras, um dia depois de revisar o de crédito soberano do Brasil de BB para BB+. Destas oito, duas alcançaram o grau de investimento. Os bancos Bradesco, Itaú e Itaú BBA receberam a nota BBB-, que indica grau de investimento para o rating em moeda estrangeira . Os três ficaram com perspectiva positiva.
Unibanco, Citibank, Santander e HSBC foram elevados de BB para BB+, um passo do grau de investimento – a perspectiva ficou positiva. Já o Banco Votorantim passou de BB para BB+, com perspectiva estável.
“A elevação dos ratings das instituições financeiras reflete a melhora na qualidade de crédito com base nos próprios méritos delas, bem como o suporte de seus controladores e nossa percepção acerca das melhorias no ambiente operacional em que atuam”, diz a agência em nota.
A S&P também melhorou os ratings de crédito de uma administradora de recursos – Unibanco Asset Management – e de três seguradoras: Bradesco Seguros, Bradesco Capitalização e Itaú Seguros. Segundo a agência, as notas refletem o papel que “desempenham como subsidiárias do Unibanco, Bradesco e Itaú, de tal forma que seus ratings acompanham as de seus controladores”.
Foram elevados ainda, de BB para BB+, os ratings de contrapartida de crédito, em moeda estrangeira, do BNDES, Banco do Brasil, Eletrobrás e Banco do Nordeste do Brasil (BNB). A classificação de longo prazo, em moeda local, do BNDES e da Eletrobras também passou para BBB, enquanto a do Banco do Brasil subiu para BB+. Já a nota do BNB foi reafirmada em BB+. As perspectivas de todos os ratings são estáveis.
Desenvolvimento. Segundo a agência, a elevação do BNDES e da Eletrobrás para níveis idênticos aos dos ratings soberanos reflete o papel das duas instituições no desenvolvimento econômico e energético em base nacional. “Vemos as duas companhias como instituições de políticas públicas, com qualidade de crédito fortemente associada à do governo.”
O rating, na prática, significa uma recomendação da agência classificadora sobre as chances de um país, ou mesmo uma empresa, atrasar o pagamento de seus compromissos financeiros. Quanto maior a nota, menor a probabilidade de calote.
A melhora (upgrade) de um rating significa que países ou empresas podem levantar recursos no exterior pagando juros menores. Também sinaliza que o fluxo de recursos externos para um país pode aumentar, já que aumenta a confiança dos investidores globais naquela economia, o que explica a desvalorização cambial.
“Essa elevação é importante para os acionistas, porque aponta para melhores retornos, e para o cliente, já que mostra que a instituição na qual ele tem os seus negócios é sólida e confiável”, afirma Nicola Tingas, economista-chefe da Febraban. Segundo ele, a possibilidade de os bancos captarem recursos no exterior a juros menores não leva, necessariamente, a uma redução das taxas para os clientes brasileiros.
Fonte: Jornal do Commercio