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Bolsas européias sobem com aprovação de pacote nos EUA; na Ásia, desconfiança persiste

As Bolsas européias operam com ganhos nesta quinta-feira, animadas com a aprovação do pacote de ajuda financeira nos EUA, de US$ 700 bilhões. A medida passou no Senado ontem por 74 votos a 25, e agora deve seguir para a Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados), a fim de ser votada amanhã. Na segunda-feira (29), o texto foi rejeitado por estreita margem, 228 votos a favor e 205 contra. Na Ásia, no entanto, persistiu a desconfiança sobre a solidez do sistema financeiro.
Ás 7h22 (em Brasília), a Bolsa de Londres subia 1,52%, indo para 5.035,06 pontos; a Bolsa de Paris estava em alta de 1,16%, indo para 4.101,46 pontos; a Bolsa de Frankfurt subia 0,78%, para 5.851,83 pontos; a Bolsa de Amsterdã tinha ganho de 2,21%, indo para 341,56 pontos; a Bolsa de Milão registrava alta de 2,31%, operando com 19.973 pontos; e a Bolsa de Zurique subia 1,19%, indo para 6.807,99 pontos.
A rejeição pela Câmara na segunda foi anunciada durante o horário de funcionamento do pregão nas Bolsas em Wall Street, e o efeito foi devastador: o Dow Jones teve uma queda recorde em pontos, 777,68. No Brasil, a Bovespa chegou a perder mais de 13%.
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse ontem, após a aprovação no Senado, que a economia norte-americana requer que a Câmara aprove o plano de resgate financeiro nesta semana. “Com os acréscimos feitos pelo Senado ao pacote de salvamento, os deputados, tanto republicanos quanto democratas, podem aprovar a medida”, disse Bush.
As lideranças dos deputados nos dois partidos trabalharam intensamente ontem para tentar conquistar mais votos dentre os que se opuseram ao texto inicial na segunda-feira. O deputado democrata John Yarmuth, que havia votado contra a medida na segunda-feira, disse que o pacote aprovado hoje no Senado é muito mais aceitável. O deputado republicano Jim Ramstad também elogiou o novo texto. Segundo ele, os acréscimos feitos ao pacote “me levaram a reconsiderar minha posição´, segundo o “The New York Times”.
“A aprovação do pacote de ajuda ao setor financeiro, de US$ 700 bilhões, pela Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados), se tornou mais provável, agora que o Senado já referendou o texto”, disse nesta quarta-feira o chefe do Comitê de Serviços Financeiros, o deputado democrata Barney Frank. “Acho que não é possível agora menosprezar as previsões de desastre se não fizermos nada”, afirmou.
Nos mercados asiáticos, no entanto, permanece o clima de desconfiança na eficácia para tirar o mercado financeiro na crise em que se encontra. O índice Nikkei 225, da Bolsa de Tóquio, fechou em queda de 1,88%; a Bolsa de Seul (Coréia do Sul) recuou 1,39%; na Bolsa de Xangai (China), a queda foi de 0,16%; em Sydney (Austrália), a perda foi de 0,8%. Somente a Bolsa de Hong Kong teve alta, de 1,41%, aos 18.270,80 pontos, após abrir com retração de mais de 0,8%.
“Olhando para os recentes indicadores econômicos dos EUA dá pra ver que são ruins. Não dá pra esperar uma grande virada só com o fato de o pacote ter passado no Senado”, afirmou Katsuhiko Kodama, da Toyo Securities. “Os investidores estão preocupados sobre a eficiência do plano e como ele pode contribuir com a economia global”, afirmou Aric Au, gerente de mercado da Phillip Securities em Hong Kong.
Já na Europa, os papéis do banco suíço UBS –um dos mais afetados pela crise das hipotecas “subprime” (de maior risco)– subiam mais de 7%, ao informar que reduziu sua carteira de hipotecas, o que deve levar a empresa a registrar seu primeiro lucro trimestral em mais de um ano. As ações do banco Fortis, que recebeu ajuda dos governos da Bélgica, Holanda e de Luxemburgo, subiam cerca de 17%.
Os governos europeus divergem quanto à necessidade de criar um pacote semelhante ao americano para salvar as instituições européias. Ontem circularam rumores de que o presidente da França, Nicolas Sarkozy, iria propor um pacote de 300 bilhões de euros na reunião que programou para o sábado (4) com os presidentes do BCE (Banco Central Europeu), Jean-Claude Trichet; da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso; e do Ecofin (grupo de ministros de Finanças de da zona do euro), Jean-Claude Juncker.
A ministra das Finanças da França, Christine Lagarde, negou ontem os rumores. Em entrevista que será publicada nesta quinta pelo jornal alemão “Handelsblatt”, ela defendeu a criação de um fundo de resgate europeu destinado a impedir a falência dos bancos.
Durão Barroso afirmou que é essencial que o bloco europeu enfrente a crise financeira de maneira coordenada. “É uma situação muito delicada que requer um grande esforço por parte de todos”, afirmou Barroso. De maneira coordenada, disse, os governos dos países-membros, as instituições européias, e os reguladores e supervisores financeiros devem acelerar os planos de modernização do sistema financeiro.

Fonte: Folha de São Paulo

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