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BC Propõe Ações Para Regular Sustentabilidade em Bancos

O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, disse ontem que a instituição vai submeter à audiência pública duas propostas regulatórias que tratam da responsabilidade socioambiental nas instituições financeiras. O anúncio foi feito na abertura do ciclo de palestras “Finanças Sustentáveis”, que faz parte do evento “Brasil Sustentável — O Caminho para Todos”, que termina hoje no auditório Tom Jobim, no Jardim Botânico.
Uma proposta pretende tornar obrigatório que as instituições financeiras adotem a chamada “Política de Responsabilidade Socioambiental” que deve ser compatível com seu porte e seus produtos e serviços. Para isso, Tombini ressaltou “a necessidade de mensurar os impactos socioambientais dos produtos e serviços ofertados, a adequação dos produtos às demandas dos clientes e usuários, bem como o gerenciamento do risco socioambiental”.
— O estabelecimento de tal prática funcionará como um incentivo adicional para aumento de eficiência, diminuição de custos e ganhos de produtividade — acrescentou Tombini.
A outra proposta, por sua vez, visa a obrigar que as instituições divulguem anualmente relatório com informações sobre suas condutas de responsabilidade socioambiental — o que deverá ser elaborado de acordo com padrões internacionais de excelência.
— Acredito no potencial transformador propiciado pelas ações no âmbito do sistema financeiro, na direção de um modelo de desenvolvimento que seja economicamente viável, ambientalmente sustentável e socialmente justo.
Clarissa Lins, diretora da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS), aprova a iniciativa do BC. Para ela, as propostas representam a união de dois universos, muitas vezes, pouco associados à sustentabilidade: o setor financeiro e as questões ambientais.
— Vejo com bons olhos essa grande mobilização do setor financeiro que, agora, diz: “Isso também me diz respeito”. Essa é a agenda que faz sentido. O risco ambiental interfere nos resultados e acredito que essa também é a mensagem que o BC pretende passar ao mercado.
Soluções não devem sair de apenas uma agente
O anúncio do BC veio após a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmar que políticas como a taxação das emissões de carbono nos transportes aéreos e marítimos e a comercialização de créditos de carbono são cruciais para evitar um agravamento das crises econômica, ambiental e social. Lagarde vai representar o Fundo na Rio+20, onde fará um apelo por uma estratégia global de estabilidade econômica que leve a um crescimento “verde” e “inclusivo”. Na terça-feira, ela disse que o FMI terá papel ativo no apoio técnico aos países que desejem criar impostos sobre o carbono e instrumentos semelhantes para precificar a poluição.
— A partir de ações como essas, que são, sim, viáveis, é possível estimular novas indústrias, novos serviços, uma nova economia — acrescentou Clarissa.

Fonte: O Globo

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