BC justifica corte forte da Selic com inflação baixa
A inflação mais baixa e a atividade econômica fraca abriram espaço para o Banco Central acelerar o corte do juro na semana passada. Foi essa a explicação dada na ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada ontem.
No documento, o BC defende que a taxa Selic em 13% contribui para a retomada do crescimento.
A ata da reunião do Comitê explica que a evolução recente da economia está por trás do corte do juro de 0,75 ponto porcentual – e não 0,50 ponto, como previa a maioria dos economistas.
Para o BC, o corte mais agressivo anunciado quarta-feira passada “contribuiria desde já para o processo de estabilização e posterior retomada da atividade econômica”, sem afetar o controle da inflação.
O BC listou uma série de argumentos no texto. A lista começa pela expectativa de inflação ligeiramente abaixo da meta em 2017, passa pelos indicadores de atividade econômica em ritmo mais fraco que o esperado e citam ainda a evolução considerada positiva das reformas estruturais, especialmente no campo fiscal. Somados, esses fatores “recomendam a antecipação do ciclo de distensão da política monetária”, diz o BC.
Na visão de parte do mercado financeiro, a decisão do Copom foi, de fato, justificada pelos números da economia. No entanto, surgiram duras críticas quanto à comunicação do BC, que não teria conduzido as expectativas de forma adequada. Tanto que a maior parte dos economistas esperava por um corte menor, para 13,25%.
Em resposta, o BC argumenta que sua comunicação não é taxativa e cabe ao mercado ajustar apostas. “O caráter condicional da comunicação sobre a condução da política monetária permite aos agentes econômicos ajustar suas expectativas com base em tais evidências”, cita.
Fonte: O Estado de São Paulo