BC indica juro estável nos próximos meses
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) informou nesta terça-feira (26) que julga importante “observar o comportamento da economia brasileira ao longo do tempo” e acrescentou que “esta avaliação demanda tempo e não deverá ser concluída a curto prazo”.
A informação está na ata da última reunião do Copom, quando os juros básicos da economia permaneceram inalterados na mínima histórica de 6,5% ao ano.
A divulgação ocorre em momento de lenta recuperação da economia brasileira, e, por conta disso, alguns analistas dizem acreditar que haveria espaço para redução da taxa básica de juros nos próximos meses.
O Copom avaliou que o “nível de ociosidade elevado” (produção industrial abaixo da capacidade) pode produzir uma inflação abaixo do esperado. No ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu apenas 1,1% e frustrou as expectativas iniciais dos analistas.
Por outro lado, acrescenta o Copom, uma “frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira” (como as mudanças na Previdência, por exemplo) pode “afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante [nos próximos anos] para a política monetária [definição dos juros para controlar a inflação]”.
Informou que esse risco de pressão inflacionária, pela ausência de reformas, se intensifica no caso de piora do cenário externo para economias emergentes. Por fim, o Banco Central avaliou que esse “balanço de riscos para a inflação” (fatores que pressionam para baixo e para cima a inflação) mostra-se “simétrico” (proporcional).
O Copom afirmou, ainda, que “cautela, serenidade e perseverança nas decisões de política monetária, inclusive diante de cenários voláteis têm sido úteis” para manter a inflação dentro da meta.
Metas de inflação
A principal missão do Banco Central é controlar a inflação, tendo por base o sistema de metas. Para este ano, a meta central de inflação é de 4,25%, podendo oscilar entre 2,75% a 5,75%, e, para 2020, é de 4% – com intervalo de tolerância de 2,5% e 5,5%.
Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas, o BC reduz os juros; quando estão acima da trajetória esperada, a taxa Selic é elevada.
Na ata de sua última reunião, o Copom também estimou, no cenário de mercado (que considera as estimativas dos economistas dos bancos para juros e câmbio), que a inflação somará 3,9% em 2019 e 3,8% em 2020.
Esse cenário supõe taxa Selic em 6,50% ao ano e em 7,75% ao ano no fim deste ano e do próximo, e câmbio em R$ 3,70 e em R$ 3,75 por dólar no fechamento de 2019 e 2020.
O Banco Central também informou que a inflação deverá subir nos próximos meses, atingindo seu “pico”, em 12 meses, em abril e maio deste ano. Mas acrescentou que, nos meses subsequentes, a inflação acumulada em 12 meses deve recuar e encerrar 2019 em torno dos níveis projetados pelo Copom (pouco abaixo de 4%).
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