Barrando a enxurrada
A afirmação que o Brasil está “blindado” e que, portanto, não será atingido pela crise dos empréstimos hipotecários americanos, com reflexos pipocando nas bolsas à volta do mundo, é mais ou menos como uma prece: todo mundo torce para que o santo nos ouça, mas às vezes ele pode estar muito ocupado, tentando controlar a gritaria do pessoal lá de cima, que está próximo da histeria. É preciso olhar essa coisa da “blindagem” com a devida cautela. Desde que começaram os soluços avisando que ia terminar a farra dos “subprimes” (especulação dos fundos com títulos de empréstimo do mercado secundário de habitação nos EUA), tenho insistido no seguinte: o Brasil é parte do mundo e não pode pedir, como naquela peça da Broadway, “parem o mundo que vou descer”.
Fonte: Jornal do Commercio
