Área de seguros participa com 35% dos ganhos
A área de seguros, previdência e capitalização ganha mais corpo no Brasil com o aumento da renda, manutenção de dados macroeconômicos e abertura do resseguros. Prova disso é a participação do lucro da Bradesco Seguros e Previdência no resultado do seu controlador. Sem considerar ganhos e perdas extraordinárias, a seguradora respondeu por 39% do lucro do banco Bradesco, com R$ 746 milhões no primeiro trimestre deste ano, crescimento de 41%. Considerando-se os efeitos, a participação cai, mas ainda é elevada: 35%. Em 2007, o ganho da seguradora representou 29%.
As receitas totais evoluíram 8,79% no primeiro trimestre comparado com o mesmo período do ano anterior, para R$ 7,1 bilhões. Prêmios de seguros, contribuições de previdência e receita com títulos de capitalização somaram R$ 5,3 bilhões até março, evolução de 11,79%, o que dá ao grupo participação de 25%.
Além dos benefícios macroeconômicos e setoriais, Samuel Monteiro, diretor-geral e financeiro da Bradesco, afirma que o grupo contou com a retomada do lucro na área de saúde, que responde por uma grande parcela do mix de produtos. “Saúde passou a dar resultado. A sinistralidade se manteve apesar das chuvas e do surto de dengue. A taxa de juro que remunera a carteira de investimento caiu, mas não impactou o resultado porque buscamos diversificação. Apesar da volatilidade do mercado acionário, registramos uma boa performance”, diz.
A Bradesco Saúde obteve ganho de R$ 117 milhões e prêmios de R$ 1,13 bilhão no primeiro trimestre deste ano. Em fevereiro, a Bradesco finalizou a compra da Medservice, do grupo Marsh McLenann. O ágio da operação não impactou o resultado por ter sido compensado pelo ganho de outra negociação, explicou.
O surto de dengue no Rio de Janeiro elevou o volume de atendimentos no plano de saúde, bem como as chuvas em São Paulo aumentaram os pedidos de indenização na carteira automóvel. “Não fomos muito afetados, pois fizemos provisionamento de perdas futuras com base no ocorrido no passado”, explica o executivo, mencionando o índice de sinistralidade (prêmios ganhos menos indenizações), que ficou em 73,4%, pouco acima dos 72,9% do primeiro trimestre de 2007.
As vendas de seguro de veículos evoluíram 26% no trimestre, para R$ 457 milhões; as de VGBL cresceram 13,4%, para R$ 1,9 bilhão; e o seguro de vida teve alta de 23,7%, para R$ 469 milhões. “O seguro prestamista vai liderar o crescimento neste ano”, afirma Monteiro.
Fonte: Gazeta Mercantil