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Área de seguro responde por metade do lucro do Bradesco

A área de seguros do Bradesco contribuiu com mais da metade da alta de
R$ 692 milhões do lucro ajustado do banco no período de janeiro a setembro deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado recorrente do banco nos primeiros nove meses do ano cresceu 17%, para R$ 4,74 bilhões. Mas enquanto o ganho líquido somado das operações de crédito, tesouraria, captação e serviços aumentou 11% ante 2005, para R$ 3,15 bilhões, o lucro da área de seguridade subiu 30%, atingindo R$ 1,59 bilhão.
Conforme o DCI havia antecipado, o resultado líquido publicado do Bradesco foi afetado pela amortização integral do ágio de aquisições feitas pelo banco. O efeito dessa despesa extraordinária, depois dos impostos, foi de R$ 1,61 bilhão, o que derrubou o lucro do Bradesco no terceiro trimestre para R$ 219 milhões. De janeiro a setembro, o lucro líquido publicado do banco foi de R$ 3,35 bilhões, com queda de 17% sobre o mesmo período de 2005.
Na área de seguros, nem mesmo a queda da taxa de juros, que reduz a receita financeira, prejudicou o resultado. De acordo com Samuel Monteiro, diretor da Bradesco Seguros, o aumento de 13% na receita de vendas, que chegou a R$ 13,36 bilhões no acumulado do ano, e a melhora no índice de sinistralidade, que caiu de 81,4% para 78,3% foram suficientes para cobrir a perda de receita financeira com a redução da Selic, que caiu de 19,75% para 13,75%.
O índice combinado, que mostra o desempenho operacional do grupo segurador, caiu de 101,4% ao final de setembro de 2005, para 98,2% no mesmo mês deste ano. Um índice abaixo de 100% indica que a área é lucrativa do ponto de vista operacional. Na mesma comparação, o combinado ampliado, que considera também as receitas e despesas financeiras, caiu de 89,2% para 84,2%. Inadimplência piora
A vantagem de aumentar os negócios na área de seguros é não ter que sofrer com a inadimplência, como ocorre nas operações de crédito. No terceiro trimestre, o peso das despesas de PDD (com inadimplência) sobre a margem financeira do Bradesco chegou a 24%, ante 12% no mesmo período do ano passado.
O presidente do banco, Márcio Cypriano, justifica a piora por conta da mudança do mix dos empréstimos, que tem maior participação das pessoas físicas, cuja inadimplência é tradicionalmente maior. No entanto, ao ser questionado sobre se este nível acima de 20% de comprometimento da margem financeira é considerado adequado para o novo mix da carteira de crédito, Cypriano diz esperar uma melhora. “Já percebemos uma estabilização da inadimplência e até uma pequena redução. No futuro, a tendência é de queda”, diz.
O presidente do Bradesco projeta que a carteira de crédito do banco crescerá 25% este ano, para R$ 113 bilhões, em linha com as expectativas da direção, divulgada no início do ano. Para 2007, a previsão é de uma pequena desaceleração, com aumento de 20% nos empréstimos.
Em 12 meses até setembro, carteira de crédito, incluindo avais e fianças, registrou crescimento de 26%, atingindo o total de R$ 108,53 bilhões. O desempenho é puxado pela alta dos financiamentos da pessoa física, cujo volume avançou 26%, para R$ 38,83 bilhões.
Para crescer na área de financiamento ao consumo, o Bradesco aposta nas parcerias firmadas com redes varejistas e também no crescimento orgânico. Isso porque a aquisição de carteira de bancos médios e pequenos terá peso menor. “Esses bancos estão encontrando novas formas para se financiar, com fundos de recebíveis e captações externas”, diz o presidente do Bradesco.
No segmento de empresas, o destaque são as pequenas e médias. Os empréstimos para esse público avançaram 25%, para R$ 27,01 bilhões. “Essa é uma área forte do Bradesco. Temos uma diretoria executiva específica para o segmento ‘Empresas’, que atende as companhias com faturamento de R$ 18 a R$ 150 milhões”, afirma o presidente do banco.
No segmento imobiliário, os valores absolutos são menores, mas o crescimento é significativo. O Bradesco emprestou R$ 1,6 bilhão este ano e deve bater antecipadamente a meta de liberação de R$ 2 bilhões no ano. “Até o momento, as construtoras tomaram 83% do volume, sendo os 17% do mutuário final. Para o ano que vem, imaginamos que poderemos repetir os R$ 2 bilhões, dessa vez com o peso maior dos clientes pessoa física”, diz Cypriano.
Mercado reage bem
Mesmo com a alta da inadimplência e com o lucro líquido afetado pela amortização de ágio, os investidores reagiram bem ao resultado do Bradesco. As ações preferenciais do banco fecharam em alta de 2,06% a R$ 78,64. Os papéis ordinários subiram 1,65%, cotados a R$ 73,80.
Considerando o lucro ajustado do banco, de R$ 4,74 bilhões, o retorno sobre o patrimônio líquido médio do banco (ROE, na sigla em inglês) foi de 31,5%.
O total de ativos do banco atingiu R$ 243 bilhões ao final de setembro, com alta de 20% sobre o mesmo mês de 2005. O número garante a posição de maior banco privado do País ao Bradesco. O Itaú, segundo colocado, no ranking do setor, tem R$ 206 bilhões em ativos, após a contabilização da compra do BankBoston.

Fonte: CQCS

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