Após pressão, Mantega acerta explicar-se ao Congresso em março
Após pressões da oposição e até de setores governistas para dar explicações sobre as suspeitas de que o ex-presidente da Casa da Moeda, Luiz Felipe Denucci, teria recebido propina de fornecedores da instituição e movimentado R$ 25 milhões em paraísos fiscais, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, acertou com o Palácio do Planalto que irá dar explicações ao Congresso em março. A data final ainda não está acertada, mas deve ser ou no dia 13 ou no dia 14 do próximo mês.
O senador Delcídio Amaral (PT-MS), que preside a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa, conversou nesta terça com o ministro para garantir sua presença no Congresso. O aval para as explicações de Mantega também foi dado pela coordenadora política do governo, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti.
Oficialmente, Guido Mantega irá ao Congresso discorrer sobre o cenário macroeconômico brasileiro e as políticas que o governo tem adotado para manter o mercado interno aquecido diante da crise econômica mundial. A atuação de Denucci à frente da Casa da Moeda e a indicação do dirigente, seja pelo PTB seja pelo próprio Mantega, devem, no entanto, também ser pauta do depoimento do ministro.
Lideranças do Senado protocolaram hoje uma representação no Ministério Público pedindo a apuração de possível “omissão” do ministro da Fazenda, Guido Mantega, diante de denúncias de supostas irregularidades na Casa da Moeda.
Assinada pelos líderes no Senado Demóstenes Torres (DEM-GO), Alvaro Dias (PSDB-PR) e Randolph Rodrigues (PSOL-AP), a representação pede que o MP investigue se houve indício de improbidade administrativa de Mantega ao não demitir Denucci, mesmo após receber denúncias contra o auxiliar. O senador Pedro Taques (PDT-MT), da base governista, também assinou o documento.
“Estamos pedindo para investigar se houve omissão do ministro em não demitir o presidente da Casa da Moeda”, disse Demóstenes à Reuters. “Ao tomar conhecimento dos problemas, o ministro não tomou providências (…) Pedimos que o Ministério Público o processe por improbidade.”
Fonte: Terra