Após 3 meses de queda, nº de negativados sobe em setembro
O número de brasileiros negativados aumentou em setembro e atingiu 59 milhões, após três meses seguidos de queda, de acordo com o Indicador de Inadimplência Pessoa Física do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
Em maio, a estimativa apontava 59,3 milhões de inadimplentes e, desde então, passou para 59,1 milhões em junho, 58,9 milhões em julho e 58,8 milhões em agosto. Em um ano, houve um crescimento de 2 milhões de negativados – em setembro de 2015, os consumidores em situação de inadimplência somavam 57 milhões.
Regiões
A estimativa por região do país mostra que o Nordeste concentra o maior número absoluto de negativados, somando 15,42 milhões de consumidores nesta situação, o que representa 39,06% da população adulta da região. Em seguida, aparece o Sul, com 8,37 milhões de inadimplentes (37,82% da população adulta).
A região Norte, com 5,45 milhões de devedores, possui 47,23% de sua população adulta incluída nas listas de negativados – o maior percentual entre as regiões pesquisadas. O Centro-Oeste, por sua vez, aparece com um total de 4,91 milhões de inadimplentes, 43,30% da população.
Ao consider o total das quatro regiões, o número de inadimplentes cresceu 0,38% em setembro. As regiões Nordeste e Norte tiveram crescimento no número de devedores: alta de 1,32% e 0,57%, respectivamente, na comparação com setembro de 2015. Em seguida, aparece a região Centro-Oeste, com retração de -0,43% e a região Sul, também com retração, de -1,09%. O indicador não considera a região Sudeste devido à Lei Estadual nº 15.659, que dificulta a negativação de consumidores em São Paulo.
Por setor
As dívidas em atraso por setor da economia mostra que o maior avanço no número de pendências foi com os bancos e com as empresas concessionárias de serviços como água e luz: as altas foram modestas, de 0,54% e 0,50%, respectivamente.
Já as dívidas com o comércio recuaram -1,14%. A maior retração foi no setor de comunicação, que engloba TV por assinatura, internet e telefonia, com recuo de -7,47%.
Para os especialistas do SPC Brasil, esta queda ainda não pode ser configurada como tendência para o segmento, mas sim uma acomodação, já que o setor foi o destaque negativo da inadimplência ao longo de vários meses em 2015, apresentando as maiores altas do indicador.
Além de ser o setor com maior crescimento das dívidas setembro, os bancos também têm a maior participação no número de pendências, concentrando 42,64% do total de dívidas em atraso das quatro regiões, seguido do comércio, com 24,31% e do setor de comunicação, com 12,54%. O setor de água e luz concentra 8,89% do total de pendências.
Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, o país enfrenta dois movimentos distintos na economia e que impactam a inadimplência em direções opostas. Por um lado, há o aumento do desemprego, queda na renda e inflação elevada que restringem o poder de compra da população, afetando negativamente sua capacidade de pagamento. O outro movimento é a maior restrição ao crédito, dada a elevada taxa de juros e a maior incerteza por parte dos tomadores e concedentes de crédito, explica o presidente.
Fonte: G1