Apólices do ramo de transportes devem crescer 30% no fim do ano
O aumento do consumo com a chegada do fim do ano mobiliza as seguradoras brasileiras que atuam no segmento de transportes. No último trimestre, as companhias pisam no acelerador para ampliar as vendas de apólices de coberturas variadas: roubo de carga, colisão, embarque e desembarque de mercadorias e acidentes em geral.
A expectativa é que o volume de prêmios diretos de seguros da atividade dê um salto de até 30% no período em comparação com o trimestre anterior. Confirmado esse desempenho, o acréscimo será superior a R$ 80 milhões, montante que ajudará o segmento acumular quase R$ 350 milhões em prêmios entre outubro e dezembro. O gerente de transportes da Chubb, Paulo Alves, conta que na média dos últimos três meses, encerrados em novembro, a seguradora registrou crescimento de 35%. A valorização do dólar frente ao real, estimulando as exportações, beneficiaram o desempenho, diz Alves. “A variação cambial nos ajudou e a tendência do volume de prêmios é crescer no último trimestre por causa disso, não há dúvida. O dólar subiu 38% frente ao real”, explica.
O diretor de negócios corporativos da Mapfre, Artur Santos, complementa: “Além da questão cambial, isso é histórico. No final do ano o volume de compras aumenta, bem como o transporte de mercadorias das fábricas e centros de distribuição para os pontos consumidores do varejo, principalmente os grandes magazines. Os carros-chefes são as coberturas de produtos eletroeletrônicos e celulares”. Segundo Santos, de setembro a novembro, as operações de seguro transporte da Mapfre cresceram 25% no ramo nacional (cobertura dentro do País ) e 40% na área internacional (importações e exportações).
A Porto Seguro aproveitou o fim do ano para diversificar sua linha de produtos. Lançou uma cobertura personalizada focada nas pequenas empresas de transporte rodoviário de carga, uma apólice anual, que reduz em 15% os custos de uma cobertura tradicional. “Trabalhar com pequenos negócios é o nosso diferencial, assim conseguimos crescer 37%”, afirma Adilson Neri Pereira, diretor de ramos elementares e transporte da Porto.
Dólar em alta preocupa
Paulo Alves, da Chubb, destaca que, ao mesmo tempo em que o dólar em alta alavanca as vendas de apólices de seguro transporte para exportação, inibe a comercialização de coberturas para importadores. “O volume de importações deve cair 15% em 2009, por isso já estamos buscando novos canais de produção para ter crescimento orgânico nas vendas de seguro transporte. Se fica difícil para uma empresa importar hoje, ela automaticamente vai buscar a solução no mercado interno, vamos ver mais circulação de mercadoria internamente, pode ser uma saída”, prevê Alves.
Artur Santos, da Mapfre, não está tão certo se o mercado interno será capaz de absorver essa redução de importações. “Nosso mercado já tem uma capacidade definida, vai haver uma certa limitação da produção por força da questão internacional.” Nesse caso, as seguradoras têm que buscar diferenciais competitivos. “No início deste ano, procuramos estruturar e conseguimos crescer acima do mercado não pelo aumento do volume de prêmios, mas por conta de aquisições de contas de outras seguradoras”, avalia Santos.
Fonte: Gazeta Mercantil