ANS aprova fusões no setor de saúde privada
Com exigências técnicas e econômico-financeiras maiores, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) busca a profissionalização dos planos de saúde e maior segurança para os consumidores. A situação pesa mesmo para as empresas menores, que penam para continuar no mercado. Os maiores planos de saúde pernambucanos têm entre 50 mil e 100 mil usuários e são classificados como pequenos e médios face ao mercado brasileiro. E são agora foco dos gigantes do setor, que, para conseguir rentabilidade, precisam de escala.
É um movimento que não ocorre só em Pernambuco. É do setor. O modelo assistencial previsto na lei (Lei dos Planos de Saúde) 9656/98) exige escala. A gente entende que esse é um processo bom para o mercado, com empresas mais sólidas e profissionalizadas, argumenta o diretor de Normas e Habilitação de Operadoras da ANS, Alfredo Cardoso.
O diretor explica que, se por um lado a agência reguladora vê com bons olhos o movimento de fusões e aquisições, por outro lado tem preocupação com a competitividade da área. Nossa preocupação é que haja concorrência nesse mercado. Por isso, firmamos um convênio formal com a Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae), continua Cardoso. A Seae, ligada ao Ministério da Fazenda, fornece dados e instrui processos movidos pela Secretaria de Direito Econômico (SDE) e julgados pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em casos de investigação de condutas anticompetitivas.
Como a saúde é uma área muito específica, trabalhamos juntos em mercados onde há oligopólios (concentrações anticompetitivas). É uma ação mais pró-ativa do que corretiva, defende Cardoso.
Na opinião do presidente da Associação Brasileira das Empresas de Medicina de Grupo, Flávio Wanderley, devido às regras impostas pela ANS, não há espaço para as pequenas continuarem. Esse processo (de aquisições) não vai parar, no País, avalia. Quanto aos usuários, para Wanderley o importante é que nessas aquisições não há interrupção de atendimentos, mesmo que temporária.
HOSPITAIS
Os negócios entre planos de saúde terminam fomentando a reabertura de hospitais desativados. A cearense Hapvida reabrirá o João XXIII, na Ilha do Leite. E na transferência de usuários do Semepe para a MMS Saúde, a rede assistencial foi transferida para um grupo montado especialmente para isso, o Grupo Use, que atua sob o nome fantasia Previne Hospitais. Formada em agosto passado, a Previne já investiu R$ 1,5 milhão.
É uma associação sem fins lucrativos que trabalha como rede preferencial da MMS. Unimos o Hospital Progresso e o Santa Catarina e também estamos reestruturando o Hospital Boa Vista, na Avenida Visconde de Suassuna (Santo Amaro). Vamos equipar o hospital com UTI, bloco cirúrgico e centro de diagnóstico avançado, com imagem. Pretendemos abrir em meados do mês que vem, conta o diretor-executivo da Previne, Renato Yoshio. Também temos quatro unidades de atendimento, duas no Recife (na Madalena e Espinheiro) e duas em Ipojuca, mas queremos abrir mais, em Olinda, Paulista e no Cabo de Santo Agostinho, resume Renato.
Fonte: Jornal do Commercio