América Latina decide investir em si mesma
São Paulo, 3 de Julho de 2006 – Nos últimos quatro anos, metade das compras de empresas foi feita dentro da região. As empresas latino-americanas decidiram investir na internacionalização e vão às compras no próprio quintal. Ou melhor, nos quintais dos vizinhos. A participação de “estrangeiros” nas aquisições na América Latina vem caindo ao longo da última década, enquanto cresce a dos compradores locais, que já representam mais de 50% do total investido na região desde 2002, incluindo os negócios no país de origem do capital.
O ritmo de expansão é cada vez mais forte. Na quarta-feira da semana passada, enquanto a Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP) era comprada pela colombiana Interconexión Eléctrica (ISA) por R$ 1,2 bilhão, a Gerdau batia o martelo e acrescentava a Siderperú ao grupo brasileiro por US$ 62 milhões.
O México é o maior investidor latino-americano na região, com 44% do total. Na seqüência vêm Brasil (24%), Argentina (15%) e Chile (10%), segundo estudo do banco BBVA, experiente em fusões e aquisições na região (a mais recente, a CTEEP/ISA).
Ao buscar ativos no exterior, as empresas conseguem vantagens que não têm em casa. Com a compra de um frigorífico na Argentina ou no Uruguai, as empresas brasileiras se beneficiam do acesso privilegiado que esses países têm tanto nos Estados Unidos quanto na Europa. Foi o que fez o Friboi ao adquirir o Swift argentino, com financiamento do BNDES, e o que pretende o Bertin, em negociações com o uruguaio Canelones.
Para o professor da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas, Fernando DallAcqua, “o processo de internacionalização ainda não dominou o empresariado
A-4(Gazeta Mercantil/1ª Página – Pág. 1)(Sandra Nascimento)
Fonte: Gazeta Mecantil