AIG prevê crescer 40% no Brasil em 2014 e mira aquisições
Sedenta por um mercado para o qual prevê crescimento médio anual de dois dígitos por pelo menos mais uma década, o colosso norte-americano de seguros AIG está mergulhado em um plano ambicioso para o Brasil que inclui aquisições e passa por uma meta de crescimento de 40 por cento dos prêmios em 2014.Para isso, a companhia trará ao país cerca de 120 milhões de dólares em patrimônio para lastrear o crescimento nas linhas de seguro massificado e de grandes riscos, disse à Reuters o principal executivo da companhia no Brasil, Jaime Calvo.A iniciativa faz parte de um plano mais amplo, que visa tornar o país um dos cinco mercados mais importantes da AIG até 2017, quando espera quase dobrar sua equipe atual de cerca de 400 funcionários. Atualmente, o Brasil não está nem entre os 20 primeiros do grupo.”Nosso plano é de crescimento acelerado; vai passar por crescimento orgânico, claro, mas deve também incluir fusões”, disse o executivo mexicano em entrevista à Reuters.Na esteira do colapso do Lehman Brothers que levou a empresa a ser socorrida pelo governo norte-americano em 2009, a AIG se viu forçada a esvaziar suas operações no país, desfazendo-se de uma parceria com o Unibanco e ficando com minúscula operação de 12 pessoas na época.A aposta da companhia é que a tendência de crescimento da renda das famílias no país também aumentará naturalmente a procura por seguros, mesmo diante do prolongado ciclo de baixo crescimento econômico do país.Mas apesar de enxergar uma miríade de oportunidades por aqui, a companhia vai se concentrar em segmentos que ofereçam rentabilidades atrativas, disse o executivo.CARROSA principal aposta será em produtos de varejo, com foco no seguro automotivo, a partir do qual a AIG pretende desenvolver uma carteira de produtos. A ideia é que a fatia das “consumer lines” suba dos cerca de 25 por cento atuais para 3/4 da carteira da AIG nos próximos cinco anos.Os planos são revelados num momento de eferverscência do mercado segurador no Brasil, cujos prêmios cresceram 17,9 por cento em 2013 até novembro, segundo a entidade que representa o setor, Susep.O Itaú Unibanco, que previu expansão de até 17 por cento do mercado segurador brasileiro em 2014, afirmou recentemente que vai aumentar a aposta no setor para elevar a fatia de seguros no lucro do grupo.A BB Seguridade, cujos prêmios cresceram 31,7 por cento em 2013, para 12,9 bilhões de reais, previu ganhar mais participação de mercado nos próximos anos.Sem contar com a extensa rede de agências dos grandes rivais, a AIG vai apostar nos corretores e mesmo em parcerias com instituições financeiras para venda de produtos com características mais elaboradas.Por enquanto, ter uma carteira inferior a 200 milhões de dólares é uma vantagem para a AIG, que parte de uma base mais fraca e tem maiores oportunidades de crescimento percentual, incluindo aquisições.”O mercado ainda é bastante fragmentado”, justificou Calvo.GRANDES RISCOSEmbora uma companhia com tal apetite pudesse parecer uma candidata natural à carteira de grandes riscos que o Itaú Unibanco já anunciou ter posto à venda, a AIG está monitorando o assunto à distância.Para Calvo, sem uma boa rede de distribuição, a carteira não é tão atrativa. “A compra pura e simples não nos interessa”, disse.No segmento, a AIG confia na sua própria estrutura e na maior agilidade para cobrir grandes sinistros. A seguradora lançou recentemente um produto com capacidade automática de cobertura de até 500 milhões de reais, que pode ser destinada para eventos como cessação de lucros e quebra de máquinas.
Fonte: MSN.DINHEIRO