AIG pede a devolução de metade do bônus pago
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, disse aos líderes congressistas que o país irá tomar os bônus executivos pagos pela empresa American International Group (AIG), enquanto legisladores ultrajados se apressavam para pegar de volta esses pagamentos de uma companhia que recebe ajudas federais. Geithner, que foi pressionado pelos legisladores republicanos por não fazer o suficiente para impedir os pagamentos da AIG, disse em uma carta aos mesmos que o governo irá recuperar o dinheiro, pedindo que seja retirado dos recursos operacionais da companhia, e deduzindo o montante dos próximos US$ 30 bilhões de ajuda que estão sendo providenciados para a seguradora.
Os principais membros da Comissão Financeira do Senado dos dois partidos propuseram taxas no total de 70% sobre os bônus da AIG e de outras companhias que recebem dinheiro do governo federal durante a atual crise financeira dos EUA. A presidente da Câmara, Nancy Pelosi, incitou as comissões a elaborar projetos de lei em relação ao problema da AIG. Brendan Daly, porta-voz de Pelosi, disse ontem que a Câmara possivelmente irá analisar uma lei que incluirá taxas impositivas sobre os bônus pagos aos executivos da empresa. A AIG, com sede em Nova York, pagou US$ 165 milhões em bônus para executivos, após receber ajudas custeadas pelos contribuintes totalizando US$ 173 bilhões.
Em seu depoimento ao Congresso, Edward Liddy, presidente da AIG, disse que a empresa foi obrigada a pagar bônus “desagradáveis”, mas garantiu que a empresa tirou as lições de seus erros. “Erros foram cometidos dentro da AIG, em uma escala que poucas pessoas poderiam ter imaginado”, disse Liddy em seu depoimento. Ele afirmou também que havia pedido aos beneficiários dos bônus escandalosos que façam “o correto” e devolvam a metade do dinheiro recebido. “Ouvimos o povo americano falar em voz alta e claramente nos últimos dias”, afirmou, durante uma agitada audiência na Câmara de Representantes. “Consequentemente, esta manhã pedi aos funcionários da AIG Financial Products que façam o correto”, insistiu, exortando os executivos que cobraram prêmios de mais de US$ 100 mil a que devolvam pelo menos a metade desse dinheiro.”
Pressionado para fundamentar por que foi necessário pagar em primeiro lugar os US$ 165 milhões em bônus a seus executivos, Liddy explicou que o departamento de produtos financeiros tinha US$ 1,6 bilhão aplicados em investimentos de risco e que precisava de funcionários experimentados para resolver a situação. “Estou tentando impedir um colapso descontrolado desses negócios”, explicou. O executivo da AIG afirmou aos congressistas americanos que está se esforçando com sua equipe dirigente para reerguer a seguradora, com o objetivo de devolver os US$ 170 bilhões emprestados pelo Estado desde 2008 para evitar a falência. “Para alcançar este objetivo, precisamos administrar nossos negócios como negócios, levando em conta a implacável realidade da concorrência para os clientes, os recursos e os funcionários”, prosseguiu.
O presidente da AIG se recusou diante do Congresso a revelar os nomes dos executivos da seguradora que receberam bônus depois do resgate da empresa pelo Estado, alegando motivos de segurança. “Quero proteger nossos funcionários”, respondeu Libby ao representante democrata Barney Frank, que lhe pedira para identificar os executivos que receberam bônus.
Fonte: Gazeta Mercantil