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Ações da Amil e Medial sobem após boatos de fusão

As ações das operadoras de planos de saúde Amil e Medial subiram ontem devido a especulações de que as empresas estudam uma fusão. Ambas negam qualquer negociação, mas a boataria fez seus efeitos no mercado. Os papéis da Amil fecharam ontem com alta de 10%, em R$ 11,00. E as ações da Medial chegaram ao valor de R$ 11,81 a unidade, com alta de 10,89% em relação ao dia anterior.
É fato que as empresas também foram beneficiadas pelo pequeno alívio da bolsa, que fechou em alta após dias de esfacelamento. Ontem, o Ibovespa teve recuperação de 5,48% com a maior liquidez dada ao mercado pela ação coordenada dos bancos centrais internacionais e também pela possibilidade de fusão entre grandes instituições financeiras internacionais.
Mas a possibilidade de uma fusão das operações ajudou a dar ânimo aos investidores, cientes que o setor de saúde depende de escala para garantir bons resultados. Executivos do setor afirmam que a Amil tem interesse em comprar a Medial e que a fusão, provavelmente por troca de ações, seria uma última opção.
“Faz todo o sentido a Amil comprar a Medial porque existe uma complementaridade estratégica, além de alto potencial de sinergia”, afirma um alto executivo da área de saúde que prefere não se identificar. Segundo ele, as consolidações são inevitáveis porque muitas empresas não conseguirão atender às novas regras da Agências Nacional de Saúde. “E o momento não poderia ser o mais favorável: a Medial sairia de graça.”
Segundo dados da Economatica referentes a 17 de setembro, o valor de mercado da Medial é de R$ 742,73 milhões, com uma desvalorização de 53,9% desde o final de dezembro de 2007.
“Para levar 51% do controle da Medial, a empresa teria que pagar ao menos R$ 378,79 milhões”, afirma um executivo do setor. “Acredito que em um momento mais favorável, os acionistas da Medial até se disporiam a vender, mas não com o preço atual. Acho que nem um prêmio significativo para os acionistas minoritários justificaria a venda”, diz um outro executivo do setor de saúde. Até mesmo porque, explica, a Medial tem em caixa R$ 250 milhões, valor semelhante ao que pagou pela rede Amesp. “Empresa que está comprando dificilmente aceita ser vendida por tão pouco.”
O presidente da Medial, Emílio Carazzai, afirmou ontem que não há nenhuma disposição das duas empresas para uma fusão, apesar de entender que o mercado vê uma possível união com bons olhos. “Não existe conversa, a questão de governança é totalmente obstrutiva nesse sentido”, explica.
Essa não é a primeira vez que a Amil está envolvida em especulações de compra. Muito antes de a empresa adquirir a Amico, em 2003, já se falava no interesse da companhia. A Golden Cross é outra empresa que, volta e meia, é cotada como potencial alvo da gigante do setor de saúde. A diferença para os novos boatos é que a noiva da vez, Medial, também é ambiciosa e tem dinheiro para ir às compras.
É de conhecimento público que a Amil também não ficou imune aos solavancos do mercado. A empresa já perdeu 25,9% em seu valor de patrimônio, desde o final do ano passado, hoje avaliado em R$ 3,6 bilhões. E apesar do valor da operadora ser um pouco salgada – o controle não sairia por menos de R$ 1,8 bilhão -, seu preço atual é convidativo. “A Medial também tem interesse em comprar a Amil”, afirma Carazzai, ressaltando que a empresa tem capacidade de endividamento e crédito para tanto. O presidente da Amil, Edson Bueno, por meio de sua assessoria de imprensa, afirma que não tem interesse em vender a empresa.

Fonte: Gazeta Mercantil

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