Mercado de SegurosNotícias

Abertura do mercado de resseguros apresenta desafios e oportunidades aos segurados

Depois de menos de um mês da abertura do mercado de resseguros no Brasil, operação realizada até então somente pelo Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), seguradoras, empresários e segurados começam a se preparar para as mudanças. Segundo analistas, a mudança representa muitos desafios e oportunidades aos segurados, que antes estavam submetidos, mesmo que indiretamente, a uma única empresa de capital misto (51% do governo e 49% privado). O principal objetivo do resseguro, operação de transferência de riscos de uma seguradora para um ressegurador, é pulverizar os riscos assumidos por uma seguradora e garantir o pagamento da indenização. Esse tipo de negociação é feito principalmente em operações de grande risco, como plataformas de petróleo, aviões e grandes obras de engenharia.
Segundo o presidente do Comitê de Seguros e Riscos do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-Pr), Marcelo Elias, o mercado está passando por um momento de aprendizado e será necessário, no mínimo, dois anos para a adaptação às novas regras e exigências. “O mercado passou a existir agora e as empresas estão trazendo conhecimento de fora do país para se adaptar. Será necessária uma especialização na área de resseguros”, afirma Elias, que acredita na formação de gerentes de risco para o desenvolvimento do mercado. Segundo ele, a área jurídica também passará por mudanças. “Muitos advogados de grandes empresas estão buscando informações para se adaptar”.
Na semana passado o Ibef e a Zurich Brasil, empresa fundada em 1872 na Suíça, que se constitui numa das maiores e mais sólidas empresas de seguros em todo o mundo, promoveram um evento em Curitiba para falar sobre as principais tendências com a abertura do mercado. O diretor de seguros patrimoniais da empresa, Luciano Calabró Calheiros, destacou alguns pontos positivos, como a determinação dos preços e franquias em função da qualidade dos riscos e das informações apresentadas, a entrada de novos produtos e o alinhamento com o mercado internacional e o desenvolvimento do gerenciamento de riscos, que antes acontecia de forma pouco profissional. Entre os desafios, a necessidade da adaptação e reciclagem do conhecimento, como o domínio de outros idiomas, a reeducação dos clientes e o cuidado na contratação das resseguradoras, que entre principais requisitos, devem ter solidez financeira e histórico de pagamento de sinistros.
Calheiros destacou que a abertura traz inúmeros benefícios ao mercado, mas lembra as seguradoras terão mais responsabilidades e um papel de destaque no mercado. “Uma apólice mal ressegurada poderá resultar na insolvência da seguradora”, finaliza.

Fonte: Motonline

Falar agora
Olá 👋
Como podemos ajudá-la(o)?