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A importância do empoderamento feminino no mercado segurador

Atualmente no mercado segurador as mulheres representam cerca de 55% do total de funcionários das companhias, segundo a pesquisa “Mulheres no Mercado de Seguros no Brasil”, lançada em 2022 pela Escola de Negócios e Seguros (ENS). Esses indicadores vêm aumentando a cada ano, desde que as empresas entenderam a importância da equidade de gênero, incluindo esse tema como um dos seus pilares estratégicos e apostando em ações e iniciativas de empoderamento feminino.

A palavra empoderamento surgiu no País a partir de Paulo Freire, um dos principais educadores brasileiros e a primeira pessoa a traduzir o termo “empowerment” do inglês para o português. Para o professor, empoderamento é a “capacidade de o indivíduo realizar, por si mesmo, as mudanças necessárias para evoluir e se fortalecer”. Em 2015, a Organização das Nações Unidas (ONU) firmou um pacto global para que mais ninguém seja deixado para trás, nomeado ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), cujo o quinto objetivo prevê a igualdade de gênero e empoderamento de todas as meninas e mulheres. 

Temos visto o termo empoderamento feminino ser usado para representar mulheres seguras de suas qualidades e, ao mesmo tempo, bem-sucedidas na carreira profissional e no meio social que frequentam, tudo isso independentemente dos estereótipos criados e ainda hoje perpetuados pela sociedade.

Nesse contexto, como o empoderamento feminino pode fazer a diferença em nossas vidas, na sociedade e, consequentemente, no mercado de trabalho? Primeiramente, é muito importante que as empresas, no seu papel de agentes de transformação, criem ambientes confiáveis e transparentes para que as mulheres tenham a liberdade de ser quem são, gerando oportunidades para demonstrar suas habilidades, incluindo nos projetos estratégicos, dando espaço para colocarem a sua voz em ação, e, consequentemente, fomentar o empoderamento e a equidade/igualdade de gênero.  

Por outro lado, nós, mulheres que conseguimos reconhecer o nosso lugar de fala como indivíduos, podemos apoiar esse processo sendo propagadoras dessa cultura, criando redes de apoios entre as colegas, elogiando as mulheres, consumir produtos feitos por mulheres, demonstrar que estamos juntas nessa jornada, independentemente da etnia e recorte social. É preciso fortalecer as mulheres a entenderem que certos comportamentos que ainda existem não podem ser mais aceitos e devem ser expostos para mudar. Não podemos aceitar as violências físicas e morais que muitas mulheres ainda recebem na vida. A sororidade (união entre as mulheres) com propósito genuíno é fundamental para esse processo.

A escritora, urbanista e arquiteta Joice Berth em seu livro “O que é o Empoderamento (Femininos Plurais)” destaca que “ninguém se empodera individualmente se o meio ou o grupo não for empoderado”. Desta forma, os homens, como aliados, podem apoiar esse movimento, ajudando a dar voz às mulheres ao seu redor. No ambiente corporativo, podem se posicionar contra alguma brincadeira inapropriada de outro colega, incluir as mulheres durante as reuniões, ou ainda fomentar a contratação de mais mulheres para a equipe. Já no ambiente social, com amigos e familiares, podem assumir a responsabilidade de contribuir na criação de meninas, dando todo o apoio para se tornarem adultas fortalecidas e conscientes dos seus potenciais.

Diariamente enfrentamos a “Síndrome da Impostora”, nos questionando se realmente estamos aptas a realizar tal atividade, assumir novos desafios, se posicionar numa reunião etc. Quando temos referências/exemplos a serem seguidos, nos fortalecemos para entender que “sim” somos capazes de chegar lá. Por isso, criar momentos de compartilhar a nossa jornada pessoal e profissional é uma das ações que fortalece o ambiente corporativo e social para termos mais mulheres protagonistas, que se reconhecem no seu papel, honrando aquelas que vieram antes, abrindo espaços para as que estão chegando – gerando motivação e inspiração para ir além.

Fonte ODS: https://institutoaurora.org/ods-o-que-esta-sigla-significa

Renata Santos

Superintendente de Transformação de Custos na Liberty Seguros. Começou sua carreira como auditora na Ernst&Young e General Motors do Brasil, e já tem mais de quinze anos de experiência como líder em gestão de pessoas. Formada em contabilidade, possui MBA em contabilidade e finanças pela FGV. Negra, mineira e de uma estrutura familiar sem privilégios econômicos, é atualmente a líder Brasil do ERG We|Mulheres Seguras, que apoia a cultura de DEI com foco na equidade de gênero e no empoderamento feminino.

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