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A força dos serviços – Pequenas e médias empresas

Elas sofrem com a falta de crédito, os juros dos empréstimos e os tributos, mas não deixam de crescer em número e no bolo que forma a economia brasileira. As pequenas e médias já somam 5,028 mil empresas do total de 5,110 mil existentes no País, segundo o último levantamento do Sebrae. A maior parte – 1,048 mil, cerca de 30% – opera na área de serviços, que apresenta maior atrativo para os novos empreendedores. No total, as MPEs respondem por 98,4% das empresas, 67% das ocupações e 20% do PIB. Sem contar outras 10 milhões que o IBGE estima que atuam na informalidade. Elas são o colchão amortecedor do desemprego, principalmente porque nascem como alternativa de ocupação para quem tem condições de desenvolver o próprio negócio. Segundo o economista e coordenador do Observatório das Micro e Pequenas Empresas do Sebrae, Marco Aurélio Bede, a área de serviços cresce 7% ao ano, o comércio 5% e a indústria 2,5%. “A fronteira de expansão da economia, principalmente urbana, está em cima do setor de serviços”, diz. “É uma tendência mundial muito forte nas metrópoles, com a concentração de pessoas, o aumento da renda e uma demanda mais sofisticada das famílias”.
Não sem sentido, o segmento mais dinâmico e que mais cresce é o de informática — 12,5% ao ano. Outra área que apresenta forte presença entre as novas empresas – cresce 9% ao ano – é a de transportes, desde serviços de entrega, taxistas até transporte de cargas e passageiros. O coordenador do Sebrae sente um vigor também na área de aluguel de máquinas, veículos, equipamentos de informática e objetos pessoais. Atividades de intermediação financeira, como corretagem de seguros e de imóveis, são outros serviços que ganham espaço. Detecta ainda um impulso nas atividades recreativas, como academias de ginástica. “São serviços que vêm crescendo com a segmentação maior das atividades”, afirma. Por outro lado, a terceirização nas empresas gera novas atividades além das tradicionais áreas de limpeza e manutenção – como os serviços de motoboys, editoração e gestão de recursos humanos.
O sócio da Trevisan Outsourcing, Roni de Oliveira Franco, vê as companhias interessadas cada vez mais no seu core business – seu produto – terceirizando os serviços de back-office. O presidente do Instituto Brasileiro de Consultores de Organização (IBCO), Luiz Affonso Romano, lembra que a globalização e a automação reduziu o número de gran-des empresas, houve dispensa de mão-de-obra de áreas burocráticas e outras mais qualificadas que partiram para seu próprio negócio – e o segmento de serviços traz maiores facilidades para a abertura de uma empresa, exige pouco ativo ou matéria-prima, pode ser a empresa de um homem só. “Hoje uma empresa é o profissional e seu pen drive, seu escritório é onde estiver sua cabeça”, afirma. “Além disso, ninguém mais fica 25 anos em uma empresa e muitas empresas não duram mais 25 anos, estão sendo adquiridas, dispensam os profissionais. Esse pessoal, acima de 40 anos, com experiência e competência, tem mais dificuldade de voltar ao mercado então abre seu negócio”.
Tendência crescente
O coordenador do Sebrae diz que esse movimento deve ter continuidade. “Estimamos que perto de 2020, o setor de serviços pode absorver 50% das empresas”. Affonso Romano acredita que o crescimento do país com inflação controlada também favorece esse movimento. Oliveira Franco diz que a confiança na economia leva as pessoas a exigir novos serviços. Um dos problemas nesse processo é o elevado nível de mortalidade dessas empresas.(Gazeta Mercantil/relatorio – Pág. 1)(Luiz Carlos Lucena)

Fonte: Gazeta Mercantil

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