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A caminho da modernidade

As mudanças só atingiram o setor de seguros no Brasil quando houve uma alteração na regulação brasileira e uma modificação na estratégia de grandes bancos internacionais, registra reportagem da Exame que analisa as principais mudanças no mercado de seguros brasileiro. O texto de Giuliana Napolitano releva que as perspectivas otimistas de analistas do setor de seguros são decorrentes da abertura em curso no mercado. Após quase sete décadas de monopólio estatal do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), instrumento de proteção financeira para as seguradoras, começa a abrir-se à concorrência. Está na Câmara dos Deputados um projeto de lei que prevê o fim do monopólio do IRB. Não é a primeira vez que o assunto vai à pauta do Congresso. Em 1996, os parlamentares chegaram a votar um projeto semelhante, que acabou engavetado. Há indícios de que dessa vez o resultado será diferente. Segundo a reportagem, quando Marcos Lisboa, o economista que empunhou a bandeira da abertura de mercado no setor, pediu demissão da presidência, muita gente passou a temer que as mudanças propostas fossem deixadas de lado. Mas o Ministério da Fazenda indicou Eduardo Nakao para presidir o instituto, visto como um executivo com o perfil para continuar as mudanças. “O objetivo de tudo o que vamos fazer é aprofundar a abertura do mercado”, disse Nakao. Além da abertura do mercado de resseguros, o texto ressalta que outro ponto importante de crescimento do setor está na venda das seguradoras admistradas por grandes bancos. Segundo a reportagem, as grandes instituições concluíram que não faz sentido mesclar a atividade bancária com seguros. O melhor exemplo é o do americano Citigroup, que vendeu sua divisão de seguros para a MetLife por 11,5 bilhões de dólares no início de 2005. Para as grandes seguradoras globais, essa decisão representa excelente oportunidade de ganhar mercado. Nos últimos 12 meses, cinco gigantes internacionais investiram quase 2 bilhões de reais no Brasil. Só a compra da seguradora do Real ABN Amro pela japonesa Tokio Marine movimentou cerca de 900 milhões de reais. Uma pesquisa da consultoria KPMG mostra que 81% das 200 maiores seguradoras mundiais, concentradas nos Estados Unidos e na Europa, querem investir fora de seus países de origem. Para 20% delas, Brasil e Rússia são alvos prioritários. Em 2005, as seguradoras brasileiras faturaram 30 bilhões de dólares, o que correspondeu a apenas 3% do produto interno bruto (PIB). Nos Estados Unidos, esse negócio movimenta 1 trilhão de dólares por ano, ou 10% do PIB. O interesse crescente no mercado brasileiro representa ótima notícia para o consumidor. A maior competição vai forçar o setor, até pouco tempo atrás acomodado, a brigar pelo cliente. O resultado, apostam os especialistas, serão preços menores. Basta olhar o caso da Odebrecht. Recentemente, aproveitando uma brecha aberta pelo IRB, a construtora negociou a proteção contra riscos de engenharia das obras do Metrô de São Paulo diretamente com resseguradoras no exterior. A mudança reduziu em 40% seus gastos com seguros. “Também conseguimos todas as coberturas de que precisávamos de forma muito mais rápida”, diz Marcos Lima, presidente da corretora do grupo.
A Exame desta semana retoma a questão da importância da abertura do mercado de resseguros em texto de Guiliana Napolitano. A reportagem de três páginas, ilustradas com quadros explicativos com as principais mudanças promovidas pela quebra do monopólio do IRB e a chegada dos grandes grupos internacionais no Brasil, ressalta o potencial do mercado nacional e a intenção da nova diretoria do IRB, presidida por Fabio Nakao, em concretizar a abertura do mercado. É nessa ênfase que se dá a relevância da reportagem, pois é a primeira vez que uma publicação da imprensa de circulação nacional apresenta a versão da nova diretoria do IRB. O assunto, dinâmico na gestão do ministro Antônio Palocci e do então presidente do Instituto, Marcos Lisboa, foi colocado em segundo plano pela mídia. O texto da Exame acrescenta declarações de analistas do setor favoráveis às mudanças e apresenta exemplos que comprovam o crescimento do setor após as novas regras anunciadas pela Susep. O sucesso da negociação da Odebrecht com seguradoras estrangeiras na obtenção do resseguro para a construção da nova linha do metrô de São Paulo é citado, melhor dimensionando a posição de toda a Organização. Consolida a imagem de liderança.

Fonte: Exame

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