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A Boa Sorte: Reflexões sobre o Mundo Corporativo

Há pouco tempo, ganhei um livro de uma grande amiga, chamado “A Boa Sorte”, dos autores Álex Rovira Celma e Fernando Trías de Bes. A leitura fez muito sentido para mim, tanto pelo momento pelo qual eu passava, quanto pelo que estava construindo com o time. As lições contidas na fábula são valiosas e aplicáveis diretamente, não só ao mundo corporativo, como em nossa vida pessoal, especialmente no que tange à criação de oportunidades e a nossa responsabilidade em aproveitá-las.   

A narrativa desmistifica a sorte como obra do acaso ou destino e nos faz refletir sobre a responsabilidade em criar oportunidades para que a boa sorte chegue até nós. Basicamente, diz que a sorte é aquilo que acontece sem esperarmos, como ganhar na loteria, enquanto a boa sorte é fruto de escolhas e ações, algo que construímos com suor e determinação, como uma carreira de sucesso, por exemplo.

Podemos dizer que no ambiente corporativo, o que predomina é a “boa sorte”, aquela sorte construída com esforço, persistência e preparo. Geralmente, as pessoas que se destacam são aquelas que investem tempo e energia no seu desenvolvimento pessoal, cultivam uma mentalidade de crescimento e estão abertas a novas experiências. Esse preparo cria um ambiente propício para que oportunidades de sucesso possam surgir.  

A responsabilidade pessoal é essencial para aproveitar as oportunidades que surgem ao longo do caminho. Pessoas bem-sucedidas não esperam passivamente pela sorte. Elas são proativas, identificam problemas, propõem soluções e assumem riscos calculados. Isso requer preparação constante, seja por meio do aprendizado contínuo, do desenvolvimento de novas habilidades ou da observação atenta das tendências ao seu redor.

Ter responsabilidade pessoal significa estar sempre preparado para quando as oportunidades surgirem, permitindo-nos agir com eficiência e eficácia.  

Outro aprendizado, é a importância da colaboração. No livro, os protagonistas contam com a ajuda de diversos personagens para alcançar seus objetivos. No mundo corporativo, a colaboração é igualmente crucial. O trabalho em equipe, a troca de ideias e a sinergia entre diferentes departamentos, podem criar oportunidades que seriam impossíveis de alcançar individualmente.

Pessoas que promovem a colaboração e a comunicação aberta são mais inovadoras e adaptáveis, pois permitem que as ideias fluam livremente e que os talentos individuais se complementem.  

Outra competência abordada na história, é a capacidade de adaptação e a resiliência. Enfrentamos novos desafios diariamente, desde mudanças pessoais até profissionais e sociais. A resiliência e a adaptabilidade nos permitem não apenas sobreviver, mas prosperar diante das adversidades.

Estar aberto a novas ideias, aprender com os fracassos e ajustar estratégias conforme necessário, são atitudes que diferenciam os bem-sucedidos dos demais. A resiliência, portanto, é outro componente para transformar desafios em oportunidades.  

A diferença entre os personagens da obra é gritante: enquanto um espera que algo aconteça sem muito esforço, chegando a culpar terceiros por suas tentativas malsucedidas, o outro se prepara, fortalece relacionamentos e cria um ambiente favorável para alcançar seu objetivo. E essa é a grande mensagem: em vez de esperar que a sorte nos favoreça, devemos nos empenhar em criar as condições que facilitarão o surgimento de oportunidades. Preparar o campo, plantar a semente e cuidar do crescimento são responsabilidades nossas, para que, quando a “boa sorte” finalmente chegar, estejamos prontos para colhê-la.

Para finalizar, deixo uma reflexão: será que estamos fazendo o necessário, cultivado as condições e o ambiente para alcançarmos a “boa sorte” ou apenas esperando para que a “sorte” nos encontre?  

Juliana Coelho

Formada em Ciências Atuariais pela PUC-SP, especialização em mercado financeiro e de Capitais pela ANBIMA, MBA em Gestão de Seguros pela ENS e cursando Liderança Executiva pelo IBMEC. Há 26 anos no mercado segurador, tendo atuado na área atuarial de grandes corporações como Santander, Mapfre e Porto Seguro. Atualmente está como Coordenadora Atuarial da área de Gestão de Risco, Capital e Solvência.

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