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Inflação Puxa a Maior Alta de Cheques Devolvidos Desde Maio de 2009

O total de cheques
devolvidos em março, em todo o país, cresceu 2,36%, segundo o Indicador Serasa
Experian de Cheques sem Fundos. Foi o maior percentual verificado desde maio de
2009, quando houve 2,52% de devoluções. Em fevereiro deste ano, o percentual de
cheques devolvidos foi de 1,90%. No acumulado do trimestre, por sua vez, houve
2,09% de devoluções de cheques, valor acima dos 2,04% registrados em igual
período do ano anterior.
Março carrega
sazonalidade no aumento dos cheques sem fundos, segundo o Serasa Experian, em
decorrência da última parcela do IPVA e do parcelamento das despesas escolares.
Este ano, o indicador também foi impactado pela maior inflação nos alimentos,
que reduz o poder aquisitivo dos salários.
Segundo Carlos
Henrique de Almeida, economista da Serasa Experian, apesar da forte alta
verificada no mês, não é preciso preocupação.
— É lógico que todo
o aumento de inadimplência não é uma boa notícia, mas diante do fato de março
ser um período crítico para o orçamento do consumidor, a gente acredita que
este numero deva cair em abril. Não acho preocupante.
Para o economista,
o fator inflação foi decisivo para a elevação do índice no mês de março.
— Em situações
normais o consumidor vai se endividando e adequando seus gastos com os pagamentos,
mas quando há inflação, que foi forte em alimentos, não tem muito por onde
fugir. Vai faltar dinheiro para honrar as dívidas assumidas.
Quem mais sofre com
a inflação são as classes mais baixas, que mais usam o cheque como meio de
pagamento. Isso pode ser verificado nas elevações dos cheques sem fundos nas
regiões Norte e Nordeste do país.
Nos três primeiros
meses de 2013, Roraima foi o Estado com o maior percentual de cheques sem
fundos (13%). Na outra ponta do ranking está São Paulo, com 1,50%. Entre as
regiões, a Norte foi a que apresentou o maior percentual de devolução de
cheques (4,42%), enquanto a região Sudeste foi a que teve o menor índice, com
1,64%.
— Roraima e outros
estados do Norte e Nordeste estão no topo da lista porque nestas áreas o consumidor
ainda não está muito preparado para lidar com cheques. É uma fase. Em São Paulo
era assim há pelo menos nove anos — ressalta o economista.
Na Região Sudeste,
a devolução de cheques em março foi de 1,84% do total de cheques compensados,
maior que a devolução de 1,48% registrada em fevereiro de 2013. Em março de
2012, a devolução de cheques pela segunda vez por falta de fundos na Região
Sudeste havia sido de 1,75% do total de cheques compensados.
Na cidade do Rio de
Janeiro, por sua vez, a devolução de cheques em março de 2013 foi de 1,79% do
total de cheques compensados, maior que a devolução de 1,45% registrada em
fevereiro. Em março de 2012, a devolução de cheques pela segunda vez por falta
de fundos no Rio havia sido de 1,78% do total de cheques compensados.
— Se observarmos a
média histórica, a inadimplência com cheque é baixissima quando comparada com
outras formas de pagamento. Eu tenho a impressão que o consumidor já está
pendurado no cartão de crédito, então ele volta ao cheque para conseguir
comprar parcelado — analisa.

Fonte: O Globo

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