Pessimista, líder do PSDB no Senado não acredita em CPI da Rosemary
As nove assinaturas que faltam para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso para aprofundar as investigações sobre a operação Porto Seguro, que envolvem Rosemary Nóvoa de Noronha, ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo, são praticamente impossíveis de conseguir, conforme o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias. Em tom pessimista, ele afirmou que obteve 18 assinaturas, mas não acredita em mobilização dos colegas para chegar às 27 necessárias, e praticamente descartou a comissão. Segundo ele, os senadores “têm pavor de CPI”.
“O governo não quer saber de investigar nada, só quer uma maioria dócil, subserviente, que não colabora com investigação alguma. Vamos colocar o requerimento à disposição de todos, porém, estou pessimista. A blindagem é grande, o governo fica em pânico quando surge a hipótese de ouvir a Rosemary”, disse o senador.
“Isso tudo é ruim, pois a sujeira vai ficando embaixo do tapete. A maioria dos senadores tem pavor de CPI, os governistas por motivos óbvios e os outros por se cansarem de tantas tentativas frustradas nos últimos anos. Quantas vezes tentamos CPIs para investigar corrupção no governo e não conseguimos?”, completou Dias.
Para o senador, apesar de toda a publicidade em torno do escândalo, muitas dúvidas ainda restaram a respeito da Operação Porto Seguro e uma CPI no Congresso teria o poder de aprofundar as investigações para esclarecer o alcance da atuação da quadrilha. O tucano lembrou também que Rosemary já havia figurado em outro rumoroso caso de corrupção, do uso indiscriminado dos cartões corporativos.
Alvaro Dias citou que, em 2008, apresentou requerimento na CPI que investigava o caso, pedindo a convocação de Rosemary. O senador também apresentou requerimento de informações para ter acesso a detalhes dos gastos do escritório da Presidência da República na capital paulista.
Fonte: Terra