Aumentam os gastos com previdência
A mudança mais marcante no padrão de consumo do brasileiro entre 2009 e 2010 é a preocupação como futuro. No período, os gastos médios com a previdência privada avançaram 86,36%. Quando se analisam os seguros, o avanço foi do mesmo patamar: 86,29%, segundo a Pesquisa O Observador, apresentada pela Cetelem BNG. Para o professor do laboratório de finanças da Fundação Instituto de Administração (FIA), Ricardo Humberto Rocha, o maior acesso ao consumo possibilitou a mudança de perspectiva no brasileiro. “O consumo torna o cidadão protagonista do mercado. Então ele passa a atuar como o verdadeiro interessado em garantir seu futuro e sua melhora de renda” pontua. Mais que isso, a maior aquisição de veículos e imóveis também impulsiona o consumo de seguros. “O indivíduo compra o carro, a moto e a casa própria. Até o empréstimo vem com o seguro-desemprego, ou seja, é natural que esse número de gasto com seguros salte”, explica. “Hoje o seguro faz parte do planejamento familiar”. No entanto, Rocha acha precoce a comemoração de uma melhora significativa na conscientização do consumidor nacional em seus gastos. “É um processo em curso, mas dizer que o brasileiro é consciente é um exagero”. Prova disso é que outro item com variação significativa foi o pagamento de crédito bancário, que representa um gasto 46,67% maior no bolso do brasileiro. “Esse é o retrato do endividamento do brasileiro”, sinaliza Rocha. “Em longo prazo, isso pode ser um problema significativo para a economia”. Também destacam-se os gastos com a casa própria. O gasto com a prestação da moradia, após sofrer uma redução de 21,86% entre 2008 e 2009 – durante o ápice da crise financeira internacional – volta a mostrar avanços significativos. Entre 2009 e 2010, o gasto do brasileiro com a parcela da casa própria cresceu 28,32%. Classe C – A questão do endividamento permeia todas as classes sociais. No entanto, é na classe C que o pagamento de crédito bancário representa a maior parte do gasto médio mensal das famílias, somando R$ 313. “Isso é um risco importante, pois o ambiente de economia estável, onde o endividamento é seguro, ainda é uma realidade distante”, alerta o professor da FIA. O segundo maior gasto viria da prestação da casa própria, que custa, em média R$ 256 para as famílias da classe C. Na classe AB, essa é a maior fonte de despesa familiar, representado em média R$ 517. A educação é o item de terceira prioridade, totalizando um gasto mensal médio de R$ 193
Fonte: AIDA