Mercado de SegurosNotícias

Rio quer atrair financeiras

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO – Secretaria pretende usar grau de investimento recebido pela cidade da agência Moodys para aumentar o números de empresas do segmento. Grupo foi criado para formular plano para melhorar ambiente de negócios
ALEXANDRE RODRIGUES DA AGÊNCIE ESTADO
O Rio que usar o grau de investimento recebido no final do ano passado da agência de classificação de risco Moodys para aumentar a atração de empresas do segmento financeiro para a cidade. A secretária municipal de Fazenda, Eduarda La Rocque, reuniu executivos do setor privado num comitê consultivo, chamado Grupo Financeiro Carioca (GFC), que tem a missão de formular um plano para melhorar o ambiente de negócios do Rio e organizar um evento internacional na cidade este ano.
Segundo José Marcos Treiger, diretor de relações com investidores do grupo BVA e um dos participantes, o comitê está na fase final de planejamento do Rio Investor”s Day, que pretende reunir na cidade investidores e analistas brasileiros e estrangeiros em torno de encontros com os executivos das principais companhias abertas do País. Pelo menos dez grandes corporações já manifestaram interesse em participar como âncoras.
O objetivo é reunir pelo menos 60 empresas.
O evento, que deverá ser realizado em junho, servirá para reforçar a imagem do Rio como praça financeira complementar a São Paulo. A ideia é aumentar a atração das chamadas butiques financeiras, ressaltando a sede no Rio de fundos de pensão, bancos de investimento e grandes empresas, como Petrobras, Oi, Vale e EBX, além das perspectivas econômicas da indústria do petróleo com o pré-sal, a Copa de 2014 e Olimpíada de 2016.
“Não queremos competir com São Paulo, mas explorar as vantagens de complementaridade, num modelo parecido com o de Nova York e Boston”, define Treiger sobre a atração crescente de seguradoras, corretoras, administradoras de recursos, clubes e fundos de investimentos para o Rio. Na década de 80 a cidade chegou a ser a principal praça financeira do País, mas a decadência econômica e o fechamento da Bolsa do Rio, após escândalos financeiros, levaram boa parte dos negócios a migrar para São Paulo.
“Queremos revitalizar o mercado financeiro carioca e, com o Investors Day, colocar o Rio no calendário financeiro global. A cidade está pronta para receber investimentos, mas não precisa competir com São Paulo. Há vocações naturais para a cidade em subsetores do mercado financeiro”, afirma a chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Fazenda, Alessandra Souza, que lidera as reuniões do GFC. Ela diz que a prefeitura já notou o crescimento da atração de instituições financeiras pelo Rio e quer ajudar a revitalizar esse mercado.
“Um nicho que está se desenvolvendo muito no Rio é o de assets”, registra Alessandra, que chegou à prefeitura depois de fazer carreira na iniciativa privada em instituições como os bancos Pactual e BBM. Ela cita o crescimento de empresas cariocas, como a XP Investimentos, que já é a maior corretora independente do País, e a Gávea Investimentos, comprada recentemente pelo JP Morgan.
“Muitos agentes também buscam o Rio pela qualidade de vida”, observa.
VOCAÇÃO. Para potencializar essa vocação, diz Alessandra, a prefeitura do Rio promete aperfeiçoar os incentivos tributários e reduzir a burocracia para a abertura de novas empresas.
O setor financeiro já conta no Rio com a menor alíquota de Imposto Sobre Serviços (ISS), reduzida de 5% para 2%. Para complementar o pacote, a prefeitura espera a aprovação de um projeto de lei na Câmara de Vereadores ampliando a redução da alíquota para o setor de seguros.
O Rio está de olho na abertura recente do mercado de resseguros para atrair operadoras interessadas na demanda dos grandes projetos de infraestrutura, eventos esportivos e da indústria do petróleo. Mesmo sem o incentivo, a resseguradora britânica Lloyds instalou-se no Rio no ano passado.
Também egressa do setor privado, a secretária de Fazenda do Rio, Eduarda La Rocque, quer aumentar a aproximação com o mercado financeiro e usar a classificação de risco Ba2 que a cidade recebeu da Moodys para ampliar as alternativas de receita da cidade. No mês passado, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), anunciou que o município pretende emitir US$ 500 milhões em títulos para financiar investimentos para a Olimpíada de 2016. O projeto de Olympic Bonds depende de autorização do governo federal e do Congresso.

Fonte: Jornal do Commercio

Falar agora
Olá 👋
Como podemos ajudá-la(o)?