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Canais virtuais são o caminho do seguro e da previdência

Dois importantes fenômenos sociais em curso devem mudar a forma de se vender seguro e previdência no futuro. A mobilidade social, que fez aumentar em seis pontos percentuais o número de pessoas da classe C, entre 2007 e 2009, e o poder de consumo da geração Y, os chamados “nativos digitais”, aqueles nascidos em plena era da internet. Esses consumidores, que já representam 36% da população, trarão grande impacto à comercialização de seguros. Esta foi uma das principais conclusões do consultor da ATKearney, João Leandro Bueno, um dos participantes do painel “Distribuição – Inovação e Tecnologia”, realizado na manhã de hoje no “V Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada”, em São Paulo.Um estudo realizado pela ATKearney, com foco na mobilidade social, comprovou que a classe de baixa renda é a mais numerosa, cerca de 42% da população economicamente ativa. Contudo, 70% dos ativos financeiros permanecem em mãos dos indivíduos das classes altas, que representam apenas 3% da população. Esse público mais abastado, segundo identificou a pesquisa, prefere produtos mais sofisticados, opta pelo canal de varejo que apresenta maior capilaridade e gosta de receber recomendações ou aconselhamento em relação a produtos.Diante desse quadro, Bueno conclui que os bancos ainda terão predominância entre os demais canais de distribuição na venda de produtos de previdência. Segundo ele, a pesquisa revelou que a população ainda associa a previdência privada a produto financeiro. “Trata-se de um fator cultural, daí porque essa forma de venda deve continuar”, disse. Entretanto, o consultor prevê que os canais virtuais terão um papel importante no futuro.Um dos motivos para esse impacto é a geração Y, “o grande público do mercado segurador no futuro”, na avaliação de Bueno, que, em 2020, representarão 30% da população acima de 30 anos. Atualmente, 51% das pessoas entre 25 e 34 anos utilizam a internet contra 15% da geração X, composta pelos indivíduos com idade entre 45 e 59 anos. Uma pesquisa da consultoria sobre a geração Y detectou que eles são imediatistas, infiéis às marcas, realizam múltiplas tarefas e desejam atendimento rápido, entre outros.Na mesma linha, uma pesquisa da Accenture, com 3.555 pessoas em seis países, apresentada por Raphael de Carvalho durante o evento, descobriu que um traço comum nesse grupo é a intenção de utilizar a internet para renovação do seguro nos próximos 12 meses. Outra tendência comprovada, segundo ele, é a migração de serviços para os negócios móveis, como o ato de “tomar emprestada” temporariamente a capacidade de processamento da rede na internet, quando o computador pessoal ou da empresa não dispõe de espaço suficiente em disco. Para Silas Devai Junior, da IBM, os equipamentos digitais – internet, PC, celular, GPS, MP3 etc. – estão mudando a maneira como vivemos. Por isso, “querendo ou não”, ele afirma, “o setor de seguros terá de se adequar aos canais virtuais, porque o consumidor está pedindo para migrar”, acrescenta. A boa notícia é que uma pesquisa da IBM revelou que a multiplicidade de canais traz bons resultados. “Quanto mais canais, maiores as chances de venda”, disse.A dica do consultor é para que o setor invista na integração de canais, o que, fatalmente, também mudará os modelos de negócios. Ele informou a respeito de novos formatos de serviços na internet que visam agregar valor, como é o caso dos sites de comparação de produtos ou de descontos online. Essas inovações permitirão às empresas que incorporem funções de negócios mais inteligentes, que possam interagir com o cliente. Para Silas, o varejo já saiu na frente na adesão aos canais virtuais, mas o seguro deverá embarcar agora, na segunda onda. “Os canais virtuais e as redes sociais são o caminho sem volta no futuro do seguro e da previdência”, afirma.

Fonte: CNSEG

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